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Síndrome do Pânico: Meu relato e percepções sobre uma fase extremamente difícil

Na coluna desta semana, Marina Repetto conta sobre sua vivência com o transtorno e pontua: ”As chaves que precisamos para viver uma vida melhor se encontram na maioria das vezes dentro de nós”

Arte publicada por Marina Repetto no Instagram – INSTAGRAM/ @marinarepettooficial

Há algum tempo, quando eu enfrentava uma fase muito delicada da minha vida, me vi em uma situação nova. Uma estranheza sem nome, um medo sem fim e pensamentos extremamente confusos. A mão suava frio e a sensação de que o corpo ia desaparecer me visitava diversas vezes ao dia. Eu vivenciava uma angústia constante e reconheci que precisava de ajuda.

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Comecei a terapia, e foi, de longe, a melhor coisa que fiz. Muitos questionamentos surgiram, novas descobertas, sentimentos que estavam reprimidos e que vieram à tona. Histórias do passado que não haviam sido compreendidas e estavam me sufocando na minha realidade, mesmo que eu não tivesse consciência disso. Só então, quando comecei a falar sobre o que se passava dentro de mim, que pude reorganizar as emoções e destrinchar o que parecia ser impossível.

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Em uma dessas buscas por entender o que se passava comigo, cheguei até a Síndrome do Pânico. Era difícil reconhecer e assumir que aquilo estava acontecendo, mas, ao mesmo tempo, saber que era algo que poderia ser passageiro, me fazia sentir um profundo alívio. “Vai passar, Marina”, eu dizia. “Lembre-se que na vida nada é permanente”.

Eu precisei de tempo para compreender tudo. Aos poucos, fui entendendo quais eram os gatilhos e muitas vezes notava que eram os meus próprios pensamentos. Sim, pensar e acreditar em tudo que se pensa pode nos levar a lugares terríveis. E eu me vi assim diversas vezes! Era como se os pensamentos me levassem para um lugar muito distante de mim. E, mais tarde, pude compreender que é exatamente essa falta de presença que me trazia o pânico.

Abrir mão do controle das coisas sempre foi algo que me assustou. De certa maneira, ao controlar, eu sentia que estava com os pés no chão. E quando perdia esse chão, me sentia sem norte, perdida e com um profundo medo do desconhecido. Foi preciso muito exercício para entender quais eram os movimentos repetitivos da minha mente, que me levavam a um estado de extrema ansiedade. E de fato, é quando saímos da ilha que conseguimos observá-la.

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Nessa época, li um livro que me ajudou muito a entender o que se passava comigo. O livro se chama “O Poder do Agora”, de Echkart Tolle, e sem dúvidas essa leitura me fez virar uma chave que foi fundamental: se eu posso observar o pânico então eu não sou o pânico. Parece simples, mas a cada vez que vinha toda aquela estranheza, eu firmava os pés no chão e via que eu poderia decidir não fazer o gancho com aquele sentimento. Havia uma confusão entre não saber quem eu era e quem era eu quando estava com pânico, era como se eu me perdesse de mim. E o entendimento de que o pânico não me definia me desprendia naturalmente daquele sentimento. Era como se não entrasse em mim, mas eu precisava me manter firme e relembrar várias vezes que se eu estava observando o que estava acontecendo, então todo aquele medo não me definia.

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Foi um tempo que precisei trabalhar a calma e conhecer minhas emoções mais profundas. Muitas coisas me foram reveladas de dentro do meu coração e dessa maneira fui trabalhando a confiança nos caminhos da vida.

As chaves que precisamos para viver uma vida melhor se encontram na maioria das vezes dentro de nós e viver o autoconhecimento certamente nos permite curar as feridas que causam a ansiedade, o medo e a insegurança.


Muito tem se falado sobre a importância do autoconhecimento… Mas como chegamos a ele? A essa resposta que Marina Repetto, nutricionista (do corpo e da alma) e especialista em Ho’oponopono, nos guiará em sua mais nova coluna aqui na Bons Fluidos Digital todas as sextas-feiras, às 12h.

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