Síndrome do Pânico: Meu relato e percepções sobre uma fase extremamente difícil
Na coluna desta semana, Marina Repetto conta sobre sua vivência com o transtorno e pontua: ”As chaves que precisamos para viver uma vida melhor se encontram na maioria das vezes dentro de nós”
Há algum tempo, quando eu enfrentava uma fase muito delicada da minha vida, me vi em uma situação nova. Uma estranheza sem nome, um medo sem fim e pensamentos extremamente confusos. A mão suava frio e a sensação de que o corpo ia desaparecer me visitava diversas vezes ao dia. Eu vivenciava uma angústia constante e reconheci que precisava de ajuda.
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Comecei a terapia, e foi, de longe, a melhor coisa que fiz. Muitos questionamentos surgiram, novas descobertas, sentimentos que estavam reprimidos e que vieram à tona. Histórias do passado que não haviam sido compreendidas e estavam me sufocando na minha realidade, mesmo que eu não tivesse consciência disso. Só então, quando comecei a falar sobre o que se passava dentro de mim, que pude reorganizar as emoções e destrinchar o que parecia ser impossível.
Em uma dessas buscas por entender o que se passava comigo, cheguei até a Síndrome do Pânico. Era difícil reconhecer e assumir que aquilo estava acontecendo, mas, ao mesmo tempo, saber que era algo que poderia ser passageiro, me fazia sentir um profundo alívio. “Vai passar, Marina”, eu dizia. “Lembre-se que na vida nada é permanente”.
Eu precisei de tempo para compreender tudo. Aos poucos, fui entendendo quais eram os gatilhos e muitas vezes notava que eram os meus próprios pensamentos. Sim, pensar e acreditar em tudo que se pensa pode nos levar a lugares terríveis. E eu me vi assim diversas vezes! Era como se os pensamentos me levassem para um lugar muito distante de mim. E, mais tarde, pude compreender que é exatamente essa falta de presença que me trazia o pânico.
Abrir mão do controle das coisas sempre foi algo que me assustou. De certa maneira, ao controlar, eu sentia que estava com os pés no chão. E quando perdia esse chão, me sentia sem norte, perdida e com um profundo medo do desconhecido. Foi preciso muito exercício para entender quais eram os movimentos repetitivos da minha mente, que me levavam a um estado de extrema ansiedade. E de fato, é quando saímos da ilha que conseguimos observá-la.
Nessa época, li um livro que me ajudou muito a entender o que se passava comigo. O livro se chama “O Poder do Agora”, de Echkart Tolle, e sem dúvidas essa leitura me fez virar uma chave que foi fundamental: se eu posso observar o pânico então eu não sou o pânico. Parece simples, mas a cada vez que vinha toda aquela estranheza, eu firmava os pés no chão e via que eu poderia decidir não fazer o gancho com aquele sentimento. Havia uma confusão entre não saber quem eu era e quem era eu quando estava com pânico, era como se eu me perdesse de mim. E o entendimento de que o pânico não me definia me desprendia naturalmente daquele sentimento. Era como se não entrasse em mim, mas eu precisava me manter firme e relembrar várias vezes que se eu estava observando o que estava acontecendo, então todo aquele medo não me definia.
Foi um tempo que precisei trabalhar a calma e conhecer minhas emoções mais profundas. Muitas coisas me foram reveladas de dentro do meu coração e dessa maneira fui trabalhando a confiança nos caminhos da vida.
As chaves que precisamos para viver uma vida melhor se encontram na maioria das vezes dentro de nós e viver o autoconhecimento certamente nos permite curar as feridas que causam a ansiedade, o medo e a insegurança.
Muito tem se falado sobre a importância do autoconhecimento… Mas como chegamos a ele? A essa resposta que Marina Repetto, nutricionista (do corpo e da alma) e especialista em Ho’oponopono, nos guiará em sua mais nova coluna aqui na Bons Fluidos Digital todas as sextas-feiras, às 12h.
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