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Veja como uma pele bem cuidada faz a gente se sentir mais bonita e saudável

Para começar, é só dar de beber para ela

Água própria – ASTRA PRODUCTION / GETTY IMAGES

Em nosso universo
particular, a pele, composta por 60% a 70% de água, pede um pouco mais desta
dádiva insípida, incolor e inodora. “A água ajuda no transporte de nutrientes
para dentro das células e dos vasos sanguíneos, influencia na formação de
ácidos graxos, responsáveis pela lubrificação cutânea, além de ajudar a
construir uma barreira de proteção contra agentes externos, como o sol, a
poluição, o vento etc”, esclarece o nutricionista Gabriel Cairo Nunes, de São Paulo. Por isso, a hidratação começa
assim: de dentro para fora.

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Água mineral, de coco,
chás sem cafeína e sucos naturais revitalizam a saúde, iluminam a beleza e
podem se complementar na boa e velha recomendação de se ingerir de oito a dez
copos de “água” por dia. Só não vale para essa conta, incluir os chás com
cafeína, cafés, refrigerantes, chimarrão ou isotônicos, alternativas carregadas
de componentes que desidratam o corpo e aumentam a frequência cardíaca – motivo
de suarmos mais. A própria indicação de quantidade, aliás, não deve ser tomada
como parâmetro absoluto. Vale a sintonia própria. “Quem perde mais água do que
ingere, naturalmente, sente mais sede. E pode ultrapassar a medida dos dez
copos diários”, diz o endocrinologista Wilmar
Accursio
, presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do
Envelhecimento, em São Paulo. Há pessoas que têm pouca sede porque eliminam
menos líquidos ou, ainda, porque possuem uma dieta que privilegia alimentos
ricos em água, como sopas, frutas e vegetais. O fato de as mulheres tomarem
menos líquido do que homens também se justifica segundo Accursio. É que nelas,
a proporção de gordura corporal é maior e a gordura tem pouca água. São os
músculos, presentes em maior proporção no corpo masculino, os mais ‘sedentos’.

Hidratar de dentro para
fora é, sem dúvida alguma, medicinal. Mas, na verdade, não basta. Precisamos
também dar de beber à pele por meio de produtos que preservam o manto lipídico,
uma camada de água e gordura que protege a superfície cutânea e garante sua
elasticidade, brilho e maciez. Banhos muito demorados, por exemplo, eliminam
essa proteção natural (além de fazer mal para o planeta), assim como sol em
excesso, vento e poluição. Os cosméticos se prestam a essa manutenção, tanto
para o corpo quanto para o rosto. E ainda representam um momento diário de
contato consigo mesmo proporcionado pelo toque suave de loções, cremes e óleos
delicadamente perfumados.

Rosto
iluminado
Cada estação do ano toca a
pele de uma forma peculiar. No verão, o Sol chega com muita força e é preciso
proteger a face contra os seguintes sintomas:

Excesso
de oleosidade
• Por que acontece?
O calor estimula a produção das glândulas
sebáceas e é comum a pele ganhar aquele brilho indesejado.

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Como tratar?
Uma boa limpeza de pele devolve o
equilíbrio. Ela começa com a escolha de um sabonete com ativos secativos, como
ácido salicílico e enxofre. Lave o rosto duas vezes ao dia – mais do que isso,
o resultado pode ser inverso: de tanto ter eliminadas as defesas naturais, a
pele produz ainda mais óleo, para compensar –, e sempre com água fria (a quente
estimula a produção de gordura). Máscaras de argila verde também possuem efeito
secativo e ainda fazem uma limpeza profunda da pele. Use uma vez por semana. Ao
final do processo – seja de limpeza com sabonete, seja com a máscara – hidrate
o rosto com um produto com fator de proteção solar (FPS) 30. E atenção: até a
pele oleosa precisa desse cuidado. Uma opção são os bb creams, produtos
multifuncionais que matificam, hidratam e dão cobertura, já que possuem cor de
base.

Ressecamento
• Por que acontece?
Sol e vento roubam a umidade natural da
pele. A água na superfície dérmica, literalmente, evapora.


Como tratar?
É preciso repor a água perdida e fortalecer
a barreira de proteção cutânea. Utilize cremes com ativos como ácido
hialurônico, aquaporina, elastina, colágeno hidrolisado, além de óleos
vegetais, como o das sementes da uva ou da romã. Use duas vezes por dia, após a
limpeza. O ideal é lançar mão de um hidratante de uso diurno e outro noturno.
Este último, geralmente, reúne ingredientes que agem com mais eficiência na
pele em repouso.

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Já o diurno deve ter, obrigatoriamente, um FPS 30, pelo
menos. No dia a dia, leve na bolsa uma garrafinha de água termal, para borrifar
na face e renovar a sensação de frescor.

Espinhas
• Por que acontecem?
A dupla oleosidade em excesso + suor
obstrui os poros e causa uma inflamação, que é a espinha.


Como tratar?
Adote sabonetes, líquidos ou em barra, à
base de ácido salicílico, enxofre, óleo de melaleuca (também conhecido por tea
tree) ou hamamélis. Se estiver maquiada, passe um demaquilante bifásico antes.
A esfoliação é outro recurso válido, desde que feita com produtos especialmente
indicados para pele acneica e, no máximo, duas vezes por semana. Leve na bolsa
um secativo de espinhas e aplique ao longo do dia sobre as inflamações brancas.

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Manchas
• Por que acontecem?
A exposição ao sol estimula a produção de
melanina, que pode causar manchas marrons, os famosos melasmas, especialmente
na testa e nas bochechas.


Como tratar?
O melhor tratamento é a prevenção. E, para
isso, ainda não existe nada mais eficiente do que a combinação de um bom
protetor solar, com chapéu e óculos escuros. Segundo o Consenso Brasileiro de
Fotoproteção, documento recém-lançado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
voltado especificamente para a pele do brasileiro, o FPS mínimo deve ser 30. Na
praia ou à beira da piscina, no entanto, esse número sobe para 50. “Aplique 30
minutos antes da exposição solar e reaplique a cada duas horas, ou sempre que
sair da água”, revalida o dermatologista Valcinir
Bedin
, de São Paulo.

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De
corpo inteiro
A pele do corpo merece o
mesmo tratamento dedicado para você sentir-se bem. Veja quais problemas podem
surgir nessa época e aprenda a prevenir e cuidar de cada um deles:

Descamação

• Porque acontece?
Aquela descamação que acontece quando se
toma muito sol é, na verdade, uma queimadura de primeiro grau. A exposição
solar exagerada “mata” as células da camada superficial da pele, que se
“descola”.

• Como tratar? A primeira providência é preventiva:
passar um protetor solar com FPS mínimo de 30, no corpo todo. Tomar sol apenas
antes das 10h e depois das 16h, e proteger o rosto com um chapéu, na praia ou
na piscina, também são medidas importantes. Aproveite o corpo exposto para,
entre duas e quatro vezes por dia, espalhar um hidratante pela maior área
possível. As melhores pedidas são aqueles à base de ureia, ácido lático,
manteiga de karité ou, ainda, óleos vegetais como de coco, macadâmia ou
maracujá. Tome banhos quase frios. Se mesmo assim sua pele começar a descamar,
resista à tentação de puxar aquela parte que ainda não caiu, pois ela funciona
como um curativo natural. A pele que está por baixo é, geralmente, mais
delicada, e está desprotegida. Por isso, não tome sol nessa região e aplique
diariamente loções cremosas com ativos calmantes como calamina e
alfa-bisabolol. Hidrate com óleos vegetais ou cremes hipoalergênicos. “Uma boa
dica ainda é passar água de coco diretamente sobre a pele, pois ela hidrata”,
indica o dermatologista Adriano Almeida,
professor da Associação Pele Saudável, de São Paulo.

Acne
tropical

• Porque acontece? Enquanto o calor
estimula a produção de óleo, a alta umidade do ar impede a evaporação do suor.
O resultado são poros entupidos, suscetíveis a inflamações como a acne – a
desse tipo é comum nas costas, pescoço e colo.


Como tratar?
No banho, troque o sabonete comum por um
antiacne, em barra, apenas nas partes onde as espinhas apareceram. No resto do
corpo, prefira os sabonetes líquidos, mais suaves que os em barra e, por isso,
menos passíveis de causar o efeito rebote (quando a pele produz mais oleosidade
para se defender de uma limpeza agressiva). Se precisar hidratar o corpo, opte
por loções, menos oleosas que os cremes. Um secativo de espinhas de uso tópico
pode ser aplicado ao longo do dia nas lesões maiores. Evite roupas muito
fechadas e não tente espremer as espinhas, para não piorar a inflamação.

Pés,
cotovelos e calcanhares ressecados
• Porque acontece?
Por serem regiões de pele mais grossa, com
pouca concentração de glândulas sebáceas, e ficarem mais expostas no verão,
essas áreas são as primeiras a pedir hidratação especial quando chega o verão.


Como tratar?
A esfoliação, que ajuda a remover as
células mortas, é bem-vinda. “Use produtos com grânulos grossos, entre duas e
três vezes por semana”, recomenda o dermatologista Adilson Costa, de São Paulo.
Ou faça sua versão caseira, misturando sabonete líquido com um punhado de sal
grosso ou óleo de coco com açúcar. Hidrate duas vezes por dia (uma delas, logo
depois da esfoliação), com produtos específicos para essa região do corpo.
Massageie bem, até o produto ser totalmente absorvido. “À noite, depois do
hidrante, vale envolver a região com papel filme e deixar por 12 horas, para
potencializar a ação do creme”, sugere o dermatologista Marcelo Bellini, professor colaborador do Hospital do Servidor
Público Municipal, de São Paulo. Evite, no entanto, lixas mecânicas ou manuais.
Elas podem mandar embora mais pele do que o necessário, deixando a região
desprotegida.

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