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Câncer de pele: como identificar os primeiros sinais? Oncologistas respondem!

A cantora Kelly Key anunciou que descobriu em 2019 que tinha a doença e especialistas apontaram que câncer de pele é o mais comum no Brasil

O que você precisa saber sobre o câncer de pele – Freepik

A cantora Kelly Key anunciou na última segunda-feira, 11, que descobriu no final de 2019 um câncer de pele e chocou muitos fãs com a notícia.

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O assunto, desde então, tomou grandes proporções nas redes sociais, e a importância de falar sobre o tema também, até porque, no Brasil, o câncer de pele é o mais comum!

DADOS

Os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que a estimativa de novos casos no país é de 176.930, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres (2020 – Inca).

Os números dizem respeito ao câncer de pele não melanoma, mais frequente no país e responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. O tipo possui altos índices de cura quando detectado e tratado precocemente.

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Já o câncer de pele melanoma, menos incidente, apresenta alto grau de letalidade, pode aparecer em qualquer parte do corpo, sendo subdividido em cutâneo (em geral na pele), acral (palma da mão, sola do pé e debaixo das unhas), uveal (olhos) e de mucosa (caso de boca, intestino, reto e qualquer outra mucosa do corpo).

Destes, o cutâneo é o mais frequente e o que tem a exposição solar como principal fator de risco, aparecendo tanto em regiões foto-expostas (antebraço, colo, face, pernas, dentre outros) ou regiões que geralmente são protegidas do sol.

Apesar de corresponder somente a 3% dos tumores malignos de pele registrados no país, o melanoma é considerado o tipo mais grave por sua capacidade de causar metástase. No Brasil, dos cerca de 7 mil casos registrados por ano, foram quase 1.800 mortes relacionadas à doença.

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FIQUE ATENTO AO ASPECTO DE SUAS PINTAS

“É necessário ficar alerta ao surgimento de alguma pinta nova ou mudança no aspecto de alguma pinta pré-existente, como aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição de bordas ou ainda quando as bordas ficam irregulares ou até mesmo sangramentos.  Ao primeiro sinal de mudança, é preciso consultar logo um especialista”, afirma a oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas, Carolina Cardoso.

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FATORES QUE AUMENTAM O RISCO

Segundo ela, independentemente da classificação do câncer de pele (se melanoma cutâneo ou não-melanoma), os fatores que aumentam o risco são, basicamente, os mesmos:

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1) A exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada.

2) Ter a pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino (ou possuir histórico familiar) também figuram como fatores que contribuem para o aumento no risco.

“A irradiação ultravioleta do sol – conhecida como raio UV – é a principal vilã no câncer de pele. Continuada, ou mesmo intermitente, como em períodos de férias, por exemplo, se feita de maneira não protegida, pode ser considerada um fator de risco preocupante”, aponta.

Carolina ressalta ainda que, além das pessoas que possuem histórico familiar e exercem profissões que exigem exposição solar diária, os tabagistas também podem estar mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele.

“Além disso, aqueles portadores de alguma imunossupressão também podem ter seu risco aumentado. Porém, tais grupos de risco não invalidam a necessidade de cuidado em todo o tipo de pele. Inclusive, a pele negra, quando há desenvolvimento de melanoma, tem geralmente pior prognóstico”, pontua.

 

COMO TENTAR PREVENIR

O protetor solar é a melhor forma de proteção. Ele deve ser aplicado a cada duas horas e repassado, principalmente, após o contato da pele com a água.

Proteger bebês e crianças é especialmente importante. Antes dos 6 meses de idade, eles devem ser mantidos fora do sol usando roupas, chapéus, cobertores e persianas. Após os 6 meses, adicione protetor solar à mistura, após consultar o pediatra. E não se esqueça dos óculos de sol para crianças pequenas.

“Para se ter uma ideia, os raios de sol podem penetrar janelas, atravessar a cobertura de nuvens e ainda são refletidos pela água, areia e concreto. Ou seja: nem a sombra é completamente protetora”, descreve a Dra. Carolina.

O melhor tratamento, segundo os oncologistas, continua sendo a prevenção e o acompanhamento contínuo de possíveis alterações que possam indicar o surgimento da doença, promovendo assim, o seu diagnóstico em fase inicial. 

“Use proteção solar diariamente, como protetor solar, chapéu, roupas com proteção UV e não fique exposto diretamente ao sol, principalmente em períodos mais críticos no verão, como de 10h à 16h. Não se esqueça de procurar um médico especialista de confiança e de examinar a própria pele sempre. Quando identificado em fase inicial, o câncer de pele tem excelentes respostas aos tratamentos e com altos índices de cura”, finaliza Dra. Carolina.

 

COMO DETECTAR E TRATAR O CÂNCER DE PELE

Os principais sinais e sintomas de câncer não-melanoma são a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramento, coceira e algumas vezes dor e geralmente surgem em áreas muito expostas ao sol como rosto, pescoço e braços.

É importante a avaliação frequente de um especialista para acompanhamento das lesões cutâneas. “A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce. O dermatologista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os possíveis riscos que os raios solares podem causar na pele”, explica Frederico Nunes, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

 

CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA

O câncer de pele não melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, ocorre a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de difícil cicatrização.

 

CÂNCER DE PELE DO TIPO MELANOMA

Os casos de câncer de pele do tipo melanoma são, por sua vez, geralmente os que se iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o “ABCDE”- Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro, Evolução. “A doença é mais facilmente diagnosticada quando existe uma avaliação prévia das pintas”, descreve a Dra. Carolina.

O que é recomendado? A ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor do tumor. Posteriormente, dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento complementar. “Vale ressaltar que o tratamento para o câncer de pele pode ser feito apenas através de cirurgia quando é detectado no início. Já em casos mais avançados da doença, pode ser preciso a realização de terapias complementares”, pondera a médica.

“Quando diagnosticada precocemente, quimioterapia, radioterapia imunoterapia ou terapias alvo são raramente necessárias e a cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos”, diz o Dr. Frederico.

 

IMPORTÂNCIA DA IMUNOTERAPIA NO TRATAMENTO CONTRA O CÂNCER

Ele destaca ainda que diversos avanços têm melhorado a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes, com principal atenção às boas respostas às novas terapias que revolucionaram o tratamento do melanoma, como exemplo, os imunoterápicos, que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater as células malignas.

“O que a gente observava, antes, é que os melanomas avançados não tinham uma resposta boa aos tratamentos mais tradicionais, infelizmente. A chegada da imunoterapia no câncer de pele vem apresentando resultados fabulosos no tratamento dos pacientes com melanoma metastático. Nestes casos, as respostas têm se mostrado sustentadas ao longo do tempo, com importante qualidade de vida. É uma revolução. Ainda fazem parte dessa nova etapa no tratamento oncológico com enorme destaque o tratamento com drogas alvo molecular, por exemplo”, reforça o Dr. Frederico.