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Dia da Mulher: Como a espiritualidade ajuda no empoderamento feminino? – Foto de nappy no Pexels

Não podemos falar sobre o empoderamento feminino e a espiritualidade sem citar trechos da história e como eles impactaram de forma negativa no processo espiritual feminino.

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No período paleolítico, a mulher era representada através de figuras rupestres, figuras femininas dançando, trabalhando, feitas com pigmentos vermelhos. Eram ‘devotos’ da Deusa nutridora e geradora da vida, reverenciada pelos seus poderes. Já no período neolítico, conhecido pelo fim da era glacial, os homens abandonaram as cavernas e se estabeleceram em lugares férteis. A coleta de raízes, plantas e frutos foi substituída pelo plantio de sementes e a caça. A agricultura era feita por mulheres através de seu poder de criação. Tudo que as mulheres jogavam na terra, brotava.

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Nesse mesmo período, as mulheres ainda inventaram a cerâmica, bem como a tecelagem e a escrita. Aos poucos, a importância da mulher na sociedade e na história foi se denegrindo com a ausência da Deusa. O papel desta mesma Deusa e Sagrada Grande Mãe foi substituída por histórias sagradas elaboradas pelos sacerdotes da Mesopotâmia que, a partir de então, decretaram o fim do culto feminino, ignorando a Deusa Mãe.

A história espiritual deturpada da mulher reproduz as primeiras contradições bíblicas, sendo as mais conhecidas as duas histórias diferentes da criação do homem por Deus. A primeira reproduz a crença da Suméria da criação simultânea de homem e mulher feita pela grande Deusa, enquanto a segunda, muito mal elaborada, conta a criação de Eva pela costela de Adão, sem citas outras versões como Lilith e a suposta criação de 100 demônios diários que atormentavam a virilidade masculina.

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Como a espiritualidade ajuda no empoderamento feminino?

Devido a essas e outras difamações femininas historicamente criadas para denegrir o poder das mulheres, principalmente na espiritualidade, ainda hoje, buscamos o retorno da Deusa através de cultos e aprendizados. A Ordem de Maria Padilha é um culto do divino feminino, sem vínculo religioso, que cura e conecta as mulheres com seu sagrado através de aprendizados de conexão com a terra, trazendo de volta o poder de cuidar de si e de outras, criando um forte elo espiritual e material entre si.

Na espiritualidade, indiferente se os mentores são do sexo feminino ou masculino. Valorizam a criação e a criação é feminina, mas durante anos a mulher teve sua história roubada, inclusive na espiritualidade. Isso ajudou a criar algumas doenças ligadas as emoções. Sim, a espiritualidade diz que a mulher foi sufocada e esse sufocamento passa de geração em geração.

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Durante muitos anos tivemos o apogeu de espíritos masculinos: fundações, religiões e cultos foram estabelecidos por homens. O feminino na espiritualidade traz a essência de mulher pura, freira, servidora, mãe e detentora de papeis aceitáveis, segundo o patriarcado. Quando dentro da espiritualidade, a partir de 1824, começam as manifestações de espíritos femininos que dançavam, bebiam, exalava seu poder dentro de quilombos, a comunidade religiosa e social cristã ligou essas manifestações aos cultos africanos, logo, não era bem-vindo nas famílias tradicionais.

Na sociedade, toda e qualquer mulher que manifestava seus conhecimentos, inteligência, poder, autonomia e liberdade era considerada bruxa ou possuída por espíritos satânicos, igual Maria Madalena na sociedade machista da época. Então, mesmo com a atual liberdade conquistada pela mulher, a espiritualidade não foi trabalhada e exercida de forma genuína. Em pleno 2022 eu pude ouvir em uma igreja: “Mulheres, sejam submissas aos seus maridos”.

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Então, podemos observar que a ideia de liberdade, seja ela social ou espiritual, continua exprimida pelas instituições que conseguem manipular a massa. Cultos com a excessiva carga de culpa, pecado, a tal libertação sem liberdade, continuam encapsulando a liberdade espiritual feminina.

“Ligação da mulher com sua verdadeira essência”

Todos os seres são seres espirituais e isso está inteiramente ligados a alma. Não tem como sermos humanos, mulheres, e não aceitarmos a espiritualidade. É preciso resgatar de forma certa, real e moderna a ligação da mulher com sua verdadeira essência.

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Enquanto mulheres estiverem ligadas a cultos patriarcais, a espiritualidade feminina não será manifestada de forma genuína e empoderada. A espiritualidade na vida da mulher é realizada não através de uma religião, pois a mulher é sua própria religião. O feminino conecta a vida a um Eu Superior, ou Deusa Suprema, Deus Supremo, e não com sua liberdade de sentir e ser tosada pelo patriarcado que tentou e tanta a todo custo diminuir o papel espiritual e material da mulher.

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O reconhecimento da espiritualidade feminina não é apenas um problema particular ou uma busca individual de algumas mulheres, mas, sim, de toda a humanidade. Trata-se de integração de todo ser humano aos valores inerentes da natureza humana, unindo os princípios masculinos e femininos, emoção e razão, intuição e racionalidade, amor e poder, tudo isso para vencer a grande ilusão da separação e o dogma ultrapassado da dualidade.

Para tanto, temos que conectar a mulher moderna com sua espiritualidade e seu estilo de vida atual. Ao manifestar essa espiritualidade, a mulher deve acima de tudo permitir que seu templo seja onde ela estiver. Ou seja, seu culto sagrado acontece onde ela quiser. Sua casa é seu templo, sua mente é seu templo, suas fases foram seu templo.

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Quando falamos de pecado, voltamos para o certo e errado, bom e mal e diga-se de passagem que ninguém quer ser visto em sociedade como a errada da família, da sociedade. Entretanto, a errada talvez seja a que conseguiu se libertar dos limites da alma impostos pela história.

Mas, para que essa liberdade espiritual seja vivida, em primeiro lugar, o comportamento da Deusa deve ser sentido através da cura do EU FEMININO. Se permitindo liberar toda e qualquer crença enraizada na pressão e estereótipos criados pela atualidade do que é ser uma Deusa Mulher.

Emerge da sabedoria ancestral e espiritual da mulher a visão do amor abrangente e poderoso, que reformula os antigos sistemas, conceitos, ideologias e comportamento em busca de um novo mundo, sem hierarquias, competições e dualidade, mas em amorosa e verdadeira parceria, realizando assim o sagrado do céu e da terra, Deusa e Deus, mulher e homem. Todos juntos como seres espirituais e sagrados.

Paz e Luz,

Kélida.