Na coluna desta semana, Jamar Tejada explicou o que é homeostase e como este conceito é fundamental para garantir o equilíbrio e saúde do organismo
Quando se fala em homeostase, a própria palavra parece já trazer equilíbrio! Mais do que uma simples palavra, homeostase é um conceito, criado no século passado pelo fisiologista norte-americano Walter B. Cannon comumente usado na área da saúde. Mas você sabe o que é e sabe se está em homeostase?
Homeostase ou homeostasia (palavra que deriva do grego homeo = “similar ou igual” e stasis = estático) pode ser definida como uma condição ideal e na qual um organismo deve permanecer para realizar suas funções de maneira adequadas, manter-se em equilíbrio e saudável. Desta forma, fatores que comprometam a homeostase do organismo podem contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças e acelerar o processo de envelhecimento celular.
Para manter um estado de homeostase no qual todas as células sejam capazes de desempenhar suas funções, diversas funções do organismo devem se manter constantes e dentro de uma variação aceitável, tal como a temperatura corporal, a concentração de água e eletrólitos, o pH, a concentração dos gases sanguíneos (como oxigênio e dióxido de carbono), a frequência cardíaca, a pressão arterial, a disponibilidade de fontes de energia, a imunidade e entre tantas outras talvez a principal seja a resposta psicológica ao estresse.
QUANTO MAIS ESTRESSADO, MAIS DESEQUILIBRADO ENCONTRA-SE NOSSO ORGANISMO
É engraçado perceber que todo indivíduo sabe exatamente qual é a fonte geradora de seu desiquilíbrio, mas que por comodismo, medo ou autossabotagem prefere lidar com as consequências físicas resultadas do que com a fonte geradora do problema. Primeiramente, como amante de fisiologia acho interessante e importante entender esse processo homeostático em todo nosso organismo, que parece individualizado, mas não é!
Temos a homeostase hidroeletrolítica, que é controlada principalmente pelos rins, que regulam a concentração de água, minerais ou outras substâncias que são eliminadas através da urina ou reabsorvidas para a corrente sanguínea. Com isso, além de garantir os níveis de água e eletrólitos necessários para o funcionamento adequado do organismo, a homeostase hidroeletrolítica também está envolvida na regulação do pH do sangue e da pressão arterial.
A homeostasia térmica que mantém a temperatura corporal constante apesar das mudanças no ambiente externo, sendo controlada principalmente através da pele e da circulação sanguínea. Na pele, as glândulas sudoríparas eliminam água no suor, favorecendo a perda de calor quando a temperatura corporal aumenta. A variação do diâmetro dos vasos sanguíneos controla a distribuição de calor ao organismo, já que o sangue é um importante condutor de calor, quando a temperatura corporal se eleva, a dilatação dos vasos sanguíneos facilita a irradiação de calor através da superfície do corpo, quando a temperatura corporal diminui ocorre a constrição dos vasos periféricos, retendo calor e fazendo com que o fluxo sanguíneo seja direcionado aos órgãos. Incrível esse sistema não é?
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A homeostasia energética envolve a síntese de moléculas de ATP pelas mitocôndrias — aquelas organelas que aprendemos lá em biologia responsáveis pela formação de energia — em células de diferentes tecidos, que ocorre a partir do metabolismo de nutrientes obtidos através da dieta. O pâncreas também exerce um papel importante tanto para a homeostasia energética quanto para a osmorregulação, uma vez que é responsável por produzir e liberar insulina que atua na captação de glicose pelas células e que impede seu acúmulo na corrente sanguínea.
O fígado contribui para a regulação dos níveis de glicose no sangue, já que ele a armazena na forma de glicogênio, bem como participa da metabolização de inúmeras substâncias essenciais, além de excretar resíduos provenientes do metabolismo – conhecida como excreção – é realizada principalmente pelos rins e pulmões, impedindo que substâncias tóxicas como ureia e gás carbônico se acumulem e provoquem efeitos negativos ao organismo, comprometendo o seu equilíbrio, daí o porquê uma dieta balanceada ser fundamental.
Ainda não podemos esquecer do sistema intestinal, outro regulador da manutenção energética de todo ser, onde habitam as bactérias comensais que exercem funções críticas na digestão de alimentos como fibras produzindo ácidos graxos de cadeia curta que, por sua vez, têm ação anti-inflamatória, na produção de nutrientes essenciais como vitamina K e na proteção contra a invasão da mucosa por agentes infecciosos, entre tantos outros. O desiquilíbrio dessa função intestinal é conhecida como disbiose.
O FEEDBACK DO NOSSO ORGANISMO
Já o sistema nervoso e o sistema endócrino são os principais responsáveis por manter o equilíbrio do organismo diante de alterações que ocorrem no ambiente externo ou mesmo no próprio organismo. Quando detecta qualquer sinal relacionado ao desequilíbrio da homeostase, o sistema nervoso processa essa informação e coordena uma resposta para que o organismo retorne ao estado de equilíbrio, o que envolve a liberação de hormônios por órgãos e glândulas que compõem o sistema endócrino
Toda ação resultará numa reação. O feedback negativo é o principal mecanismo pelo do qual o organismo tenta gerar respostas que revertam ou inibam determinado estímulo relacionado ao desequilíbrio da homeostase, desencadeando alterações no sentido oposto. Um exemplo é a regulação da temperatura corporal através de termorreceptores, que são receptores sensoriais localizados na pele, em mucosas e no hipotálamo. O hipotálamo, por sua vez, é uma região do sistema nervoso central que atua como um centro regulador da temperatura corporal, estimulando a liberação de hormônios que acionam mecanismos para aumentar ou reduzir a temperatura do organismo até uma condição de homeostase. Dentre estes mecanismos, estão a sudorese, a vasoconstrição ou vasodilatação e o tremor muscular.
Apesar de parecerem independentes, cada sistema está interligado. Um desiquilíbrio em qualquer um desses sistemas resulta em quebra da homeostase de todo o sistema. É evidente que a melhor estratégia para manter o equilíbrio do organismo mantendo nossa saúde é adquirir hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas, evitando fatores contrários como o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e outras drogas, a exposição prolongada a substâncias químicas ou radiações e acima de tudo filtrar nossas informações para que elas não desequilibrem nossas emoções, ou seja, ir direto a fonte, talvez aí esteja o segredo da homeostase.
Você já percebeu que quanto mais desequilibrados, mais rápido envelhecemos? Será que a pessoa mais “relax” não tem maior chance de ser saudável, de manter-se jovem por mais tempo? Não estou dizendo que o envelhecimento é resultado do desiquilíbrio da homeostase, não, o envelhecimento é um processo natural, mas o envelhecimento com doenças pode ser desacelerado com o ajuste da homeostase.
E aí que entra o estudo da Física Quântica Informacional que diz que o envelhecimento com desenvolvimento de doenças ocorre devido ao acúmulo de informações negativas, o que faz todo sentido. Tudo é informação, então a doença também é um conjunto de informações que quebrou a estabilidade do sistema. Logo, ao eliminarmos as informações que geraram a doença ou os problemas, aumentamos a possibilidade de o envelhecimento ocorrer com saúde
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