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Desvendando os mistérios do pânico: qual o caminho para a serenidade?
Desvendando os mistérios do pânico: qual o caminho para a serenidade? – Pexels

Você já passou por aquela sensação terrível de sentir que o ar não estava chegando aos seus pulmões? Aquela sensação de sufocamento, coração acelerado, a ponto de sentir um medo intenso por algo terrível que estava prestes a acontecer? Aí você foi correndo ao médico e ele te disse: “É só uma crise de pânico”.

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Pois é, meus queridos. A crise de pânico é “apenas” uma crise de pânico para aqueles que nunca passaram por algo assim. Porque para quem lida com essa doença, sabemos que é uma das piores coisas da vida. Sentir essas sensações é terrível e acaba afetando negativamente o indivíduo, destruindo a qualidade de vida.

Teorias explicam a Síndrome do Pânico

Na ciência, sabemos que existem diversas teorias que explicam o transtorno do pânico. Temos teorias sobre neurotransmissores, hormônios, conexões sinápticas e outros fatores, mas hoje quero falar sobre as teorias da psicologia. Vou mostrar para vocês que o tratamento não se resume apenas a medicamentos e que nem todas as causas são visíveis aos olhos ou detectadas em um exame. Por isso, a importância de se autoconhecer e da psicoterapia.

Diversos teóricos e filósofos têm contribuído com ideias para entender os possíveis fundamentos dessa condição complexa. Vamos explorar algumas dessas teorias:

Teoria psicanalítica do Sigmund Freud:

Ele enfatizava a importância do inconsciente e da infância na formação da personalidade. Segundo ele, traumas passados ou experiências de ansiedade intensa não resolvidas podem se manifestar em sintomas psicológicos e físicos.

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Psicologia analítica de Carl Jung:

Ele expandiu a teoria psicanalítica de Freud e desenvolveu sua própria abordagem. Jung propôs a existência de um inconsciente coletivo, onde estão contidos padrões universais de pensamentos, símbolos e imagens compartilhados por todas as culturas. No contexto do pânico, ele exploraria a possibilidade de que símbolos e imagens arquetípicas do inconsciente coletivo possam estar desencadeando os ataques de pânico de maneira perturbadora.

Teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson:

Ele descreve estágios ao longo da vida, cada um com seus próprios desafios e crises específicas. No contexto do pânico, podemos considerar que a falta de resolução de crises específicas em estágios anteriores pode contribuir para a ansiedade e os sintomas de pânico na vida adulta.

Teoria cognitiva:

Essa teoria foca no papel dos processos cognitivos, como pensamentos, crenças e interpretações, na experiência emocional e comportamental. Segundo Albert Ellis e Aaron Beck, dois teóricos proeminentes nessa área, pensamentos disfuncionais, como interpretações catastróficas de sensações corporais, desempenham um papel na geração e manutenção dos sintomas de ansiedade, incluindo o pânico.

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Teoria do aprendizado:

Essa teoria explora como as experiências de aprendizado podem influenciar o comportamento e as respostas emocionais. Por exemplo, aprendemos que a associação de sensações corporais ou situações específicas a ataques de pânico anteriores pode levar à aprendizagem por condicionamento, resultando em evitação e ansiedade.

Essas teorias são influenciadas por grandes nomes como Ivan Pavlov, B.F. Skinner e outros que estudaram o comportamento humano. É fascinante pensar em como nossa mente e nosso corpo interagem e como experiências passadas podem moldar nossas reações emocionais no presente.

Abordagens biológicas:

Estudos sugerem que fatores genéticos, neuroquímicos e neuroanatômicos desempenham um papel importante no desenvolvimento desse transtorno. Embora essas abordagens não estejam diretamente ligadas a teóricos específicos, elas são baseadas em pesquisas na área da neurociência e genética.

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Exploramos aqui as diversas teorias e perspectivas importantes para entender a síndrome do pânico. Desde os conceitos psicanalíticos de Freud até as abordagens cognitivas, de aprendizado, psicodinâmicas e biológicas. Todas elas contribuem para uma visão mais abrangente dessa condição.

Abordagem Centrada na Pessoa

Há ainda a aplicação de teorias modernas para entender a origem da doença. Por isso, convidei a psicóloga Luciana Salomão, certificada pelo Ensino Einstein em transtornos ansiosos e depressivos, pós-graduanda na Abordagem Centrada na Pessoa e em Perfilamento, para falar um pouco sobre a Abordagem Centrada na Pessoa.

Segundo ela: “Buscando compreender as dificuldades das pessoas em relação a si mesmas, entendemos que cada período ou ciclo carrega seus desafios e suas possibilidades. Por exemplo, na menopausa, o fim da fertilidade pode criar tentáculos que expandem a sensação de finitude para pensamentos de morte”.

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“A possibilidade de estar em um ambiente fechado, ‘sem saída’, como muitos descrevem, pode ter uma conexão inconsciente com o corpo preso num caixão. Nesses casos, não é incomum que a pessoa ligue seus pensamentos do fim da reprodutividade com o fim da vida. Essa falta de controle sobre o ciclo da vida, como o envelhecimento, pode causar uma ansiedade muito grande com picos que chegam ao pânico. A intersecção entre psiquiatria e psicologia, nesses casos, é imprescindível”, descreve Luciana Salomão.

Apesar de tais teorias não entregarem uma explicação definitiva sobre as causas do pânico, elas nos fornecem diferentes ângulos e insights valiosos, mas a compreensão completa requer uma abordagem multidimensional e individualizada, levando em conta diversos fatores, como experiências de vida, história pessoal, predisposição genética, ambiente e interações sociais. Cada pessoa é única e pode ter uma combinação específica de fatores que contribuem para o desenvolvimento e a manifestação da síndrome do pânico.

Minha dica final é: faça terapia. Mas qual terapia? Aquela que você se sentir bem. Existem várias abordagens terapêuticas, como terapia cognitivo-comportamental, psicodinâmica, humanista, junguiana e outras. O importante é encontrar um profissional capacitado, com quem você se sinta à vontade para explorar seus pensamentos, emoções e experiências. A terapia é um apoio fundamental no caminho para lidar com a síndrome do pânico e melhorar sua qualidade de vida.

Lembre-se: você não está sozinho nessa jornada. Há ajuda disponível e é possível superar o pânico. Não deixe que o medo controle sua vida. Busque suporte, informação e não hesite em procurar a ajuda de profissionais qualificados.