Cães se comunicam pelo olhar e os que têm maior convívio com humanos conseguem transmitir ainda mais sentimentos
Entre animais domésticos e os que vivem em abrigos, há uma diferença de comunicação entre eles e os seres humanos
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Em estudo feito pela USP (Universidade de São Paulo) e publicado na Revista Behavioural Processes, foi comprovado que as experiências pessoais da vida de cachorros influenciam na forma como eles se comunicam com os seres humanos.
Se você tem um animal de estimação, com certeza já viveu alguma dessas cenas com ele: ao jogar um objeto para o cão pegar, o olhar que ele faz a você faz toda a diferença no momento em que ele alcança o brinquedo; ou, durante uma refeição, quando ele quer receber algum petisco, olha para você, depois para o alimento, e na maioria das vezes, consegue o que quer.
O olhar é a maneira em que um cachorro usa para tentar repassar aos humanos o que ele quer dizer/transmitir.
O objetivo central do estudo é comparar as diferentes realidades entre cães que convivem mais com pessoas e aqueles que vivem em abrigos ou nas ruas que não têm tanto contato humano. O resultado foi o esperado: quem tem um maior convívio com seres humanos consegue se comunicar melhor e mostrar o que quer em determinado momento.
A pesquisa, ao analisar diversos cães de diferentes raças, concluiu que quase 96% daqueles que vivem em casa usam a alternância de olhar para tentar se comunicar com seus humanos. Já aqueles que vivem em abrigos, com menos contato, a porcentagem é de 58,8%. Apesar de também serem capazes de se comunicar com o olhar, a pouca vivência com pessoas faz com que eles façam isso com menos intensidade.
Porém, conforme o mesmo estudo, esses animais de abrigo conseguem aprender muito facilmente. Se fossem adotados, conseguiriam aumentar esse contato comunicacional de olhar com os seres humanos.
