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Casa simples e abençoada

Com despojamento e muito capricho, a casa abraça um, dois, três ou quantos mais chegarem para se renovar junto dos amores indispensáveis. Sabendo que o mais importante é partilhar e agradecer por tudo o que recebemos

Comemorações de fim de ano podem encantar pela singeleza – Brett Stevens

É hora de festejar a
possibilidade sempre palpável de renascer. Ao redor da mesa enfeitada com capricho
– um dentre tantos jeitos de
expressar o amor que nos mantêm enlaçados – nos refazemos das quedas,
celebramos os saltos, renovamos pactos com nós mesmos e com o mundo, projetamos
sonhos.
A exemplo do
menino Jesus, aninhado na simplicidade da manjedoura, essa reunião dispensa
exageros. 
Podemos aproveitar a
ocasião para dar o devido crédito às coisas delicadas.

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Reabilite o que há de bom à mão

Que tal colocar
louças de origens diferentes para “conversar” entre si em vez de ficar
preocupada porque o jogo de xícaras não tem quantidade suficiente para todos? 
Vale trazer para a
festa até algumas um tanto desbotadas, marcadas pelo uso. Todas, à sua maneira,
têm sua beleza. Merecem trocar a claustrofobia dos armários pelo frescor da
partilha. Ainda mais quando acompanham a família por gerações. Aí, então, viram
uma homenagem aos que partiram. Sem, contudo, se ausentar dos nossos corações. 
Acredite, misturadas
com carinho e algum charme, essas peças são garantia de
 magia. E de presteza. Afinal, a casa tem de
estar preparada para acomodar boa quantia de vozes e risos. Ninguém pode
 ficar de fora da roda. E é um prazer incluir
um prato na última hora. Visita surpresa.
 Quanta alegria!
Espremendo um pouco
 cabe todo mundo.

 

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O belo é sempre bem-vindo

Nada contra toalhas
de linho, cristais e pratarias. O belo é sempre bem-vindo. Desde que não
ofusque a mensagem primordial: importante é estar na vida por inteiro, com
liberdade para tentar de novo. E expressar o amor que sentimos, seja através
das flores escolhidas a dedo, de doces palavras eternizadas num cartão ou do
quitute preparado ao gosto daquele ente querido. Como bem resumiu a poeta
goiana Cora Coralina, “nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o
coração das pessoas”.

 

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O plano é simplesmente ofertar o que cada um tem de
melhor

Quem sabe cozinhar
prepara algo saboroso; quem leva jeito com as flores cuida dos arranjos; quem é
bom com as palavras lidera o brinde, e assim por diante. “Entregar nossos dons
ao mundo é uma maneira de expandir o amor, de tocar o outro de alguma forma, o
que, aliás, deve ser nossa orientação espiritual diária, e não somente um gesto
restrito às festas de fim de ano”, ressalta Silvana Occhialini, especialista em
Feng Shui. 

 

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Símbolo ancestral

A psicoterapeuta junguiana Elisabete Lepera lembra que o Natal é um símbolo arquetípico, ou seja, pertence ao
imaginário da humanidade, e não só a uma religião ou povo. “O arquétipo da
criança divina aparece em diferentes
culturas e mitologias. Ele representa na
psique humana a criança sagrada, pois através dela olhamos as coisas com olhos
abençoados, repletos de luz e esperança”, ela ensina. “Por isso, a árvore de Natal ganha cordões iluminados; a estrela-guia desponta no
céu. O brilho retorna ao olhar e, assim, podemos transcender nossas limitações,
dando um salto de consciência”, acrescenta. De preferência, brindando em
uníssono, entre velas, mimos e gostosuras, ao amor maior que nos mantém
pulsando. 

 

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