O designer francês Nicolas Bouriette, casado e morador do Rio de Janeiro há alguns anos, é personagem da matéria “Sem excessos, bem natural”, que publicamos na edição de julho de Bons Fluidos. Nessa entrevista, ele conta como surgiu a ideia de fazer um berço muito especial para sua filha, Lila
“A Idea do co-dodo vem de longa data, antes mesmo de nossa filha Lila nascer. Para mim e minha mulher, que é professora de Pilates, era muito natural decidir que o nosso bebê, logo depois do nascimento, iria dormir conosco. É um início de vida tão delicado, que nem imaginamos fazer diferente. Depois de uma busca, optamos pela ideia da cama compartilhada, onde o bebê dorme perto da mãe até um certo momento que ambos sentem que ele pode ir para o quarto dele.
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Quando dividimos essa ideia com nossos familiares, minha cunhada, que já tive dois filhos, me falou que na Europa existe um berço chamado “co-sleeper” para os primeiros meses. Trata-se de um berço pequeno, tipo um Moisés, mas que fica acoplado ao lado da cama, na altura do colchão sem a grade do lado da cama. Gostamos muito dessa ideia porque o co-sleeper proporciona todos os benefícios da cama compartilhada para recém-nascido, a mãe e a família inteira, mas ao mesmo tempo garante o espaço seguro para o bebê (que é a única preocupação no caso da cama compartilhada).
Seus benefícios são muitos: a segurança que o bebê sente, a regulação dos ritmos do batimento cardíaco e respiratório dele graças a proximidade da mãe, o conforto emocional e físico da mãe ao saber como está o bebê apenas num simples olhar e a óbvia facilidade para amamentar ou acalmar e adormecer o bebê sem ter que levantar da cama à noite – o que pode ser muito importante no período da recuperação pós-parto.
Comecei a procurar um co-sleeper no Brasil, mas não encontrei nada. O Mr. Google só me dava modelos para comprar no exterior.
Uma semana antes da data prevista do parto resolvi fazer eu mesmo esse co-sleeper.
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Não queria nenhum produto químico ao redor do meu bebê, ainda mais importante nos primeiros meses de vida quando ele dorme na maioor parte do tempo. Ou seja, quando a cama é o seu universo. Queria um berço lindo, com material mais natural possível, sem cola, sem tinta, só de madeira e algodão não tratado.
Como sou designer de móveis, desenhei o berço, comprei a madeira, tecido e algodão.
Mandei costurar as capas para o futon, e almofadas de proteção do redor, e montei tudo em casa. Assim nasceu o co-dodo. Dodo vem do francês, da palavra infantil que nós usamos para nomear uma soneca, um sono.
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Depois, que a nossa filha começou a engatinhar, pela segurança, resolvemos passar ela para o futon no chão no quarto dela (ideia montesouriana que reforça a autonomia da criança) e usávamos o co-dodo apenas algumas noites.
Mas a ideia teve tanto sucesso que resolvi fazer um pequena produção com um amigo meu marceneiro”.
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