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Frutos da vida

Published 23/10/2015

Nóbile Bulhões Rocha e Satica Rocha - Associação Civil Viva Reflorestamento

1- O senhor e sua mulher sempre plantaram sozinhos?

Sim. Começamos com três mudas de pau-brasil que ganhamos na Eco-92. Levamos ao Pão de Açúcar e um soldado disse para desistirmos, pois na pedra nada cresce, só capim. Retruquei: “Se eu consegui plantar no agreste, plantarei aqui”. Depois de um tempo, passamos a contar com voluntários. A partir daí, nunca mais paramos. Nossa alegria é ver árvores frondosas que vingaram (de jabuticabeira a jequitiba, espécies nativas) num lugar antes considerado morto.
2- De que forma vocês conseguiram esse resultado?
É preciso paciência. Primeiro tratamos de retirar o lixo do Costão, que estava debaixo da terra desde a época do Império. Se as raízes das árvores encontrarem lixo, elas morrem imediatamente (por isso só dava capim ali). Depois tem que cuidar da muda. Molhar, voltar lá, acompanhar. A árvore é como um fi lho, que queremos que cresça forte, por isso damos atenção. Quando essa árvore sobe, sentimos tanta alegria que é como viver nas nuvens.
3- Qual a importância das árvores na sua vida?
Plantei a primeira árvore aos 4 anos, no agreste, interior da Bahia, onde meu pai tinha uma fazenda. Eu andava com sementes no bolso e onde encontrava um espaço, plantava. Quando casei e mudei para o Rio, minha mulher disse que antes de morrer gostaria de reflorestar toda a cidade. É o que estamos tentando fazer: onde falta árvore, plantamos. Porque quando vejo uma árvore morta e seca, minha fi lha, é triste demais. Sinto como se fosse uma tragédia.
Graças ao trabalho do empresário NÓBILE BULHÕES ROCHA e sua mulher, SATICA ROCHA, o Pão de Açúcar é verde. O casal já reflorestou 50 mil m² do Costão Leste com frondosas árvores. Aos 78 anos, Nóbile, que nasceu no interior da Bahia, acredita que devemos cuidar d as árvores como nossos filhos.
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