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Retaguarda fiel

A degradação da biodiversidade cearense mobilizou um grupo de biólogos que, há 23 anos, protege espécies ameaçadas de extinção e seus habitats no Nordeste do Brasil

Alberto Campos – Ciro Albano/AQUASIS

1: Quais são os animais e habitats atualmente protegidos pela Aquasis?

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Trabalhamos com dois mamíferos marinhos, o peixe-boi e o botocinza, e três aves, o soldadinho-do-araripe, o periquito cara-suja e um grupo de aves migratórias. Todos apresentam populações reduzidas e habitats fragmentados. Para o soldadinho-do-araripe restam apenas 28 km2 de habitat e menos de 300 casais reprodutivos. No caso do peixe-boi marinho, há menos de 500 animais em todo o Brasil.

2: Nesses 23 anos, a ONG conseguiu eliminar a ameaça de extinção de alguma espécie?

Desmatamento, tráfi co de animais silvestres, queimadas, caça ilegal e poluição são as principais ameaças. Mesmo assim, conseguimos estabilizar a população do soldadinho-do-araripe e aumentar a população global do periquito cara-suja de menos de 250 para mais de mil animais. O êxito se deve à inserção de caixas-ninho para promover a reprodução dessas aves enquanto as florestas se recuperam.

3: Qual é a metodologia de trabalho?

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Estabelecemos ações prioritárias, já que o tempo urge para essas espécies ameaçadas. Depois, uma equipe multidisciplinar conduz as ações, que envolvem captação de recursos, pesquisa, monitoramento, campanhas de educação ambiental e mobilização das comunidades envolvidas, além de políticas públicas, reflorestamento e criação de reservas e atividades econômicas de baixo impacto, como o turismo ecológico e a observação de aves.

ALBERTO CAMPOS é biólogo e um dos fundadores da Aquasis, verdadeira brigada ecológica que conta com 48 profi ssionais de diversas áreas. A vencedora do Prêmio Nacional de Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente, já executou 120 projetos de proteção ambiental, além de conscientizar mais de 200 mil pessoas em ações educativas

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