Morte do Papa Francisco: um legado de inclusão e caridade
Ele trabalhou por Igreja mais inclusiva e desafiou conservadores ao acenar à comunidade LGBT. Vai fazer falta
Morre o Papa Francisco. O nome em si já traz a missão em nome dos excluídos. “Não esqueça dos pobres”, disse o então cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes, na época. Ele ouviu e colocou palavras em ação. Assim que assumiu, revogou tudo aquilo que considerava excesso. Colocou a humildade à frente do cargo. Pediu que os fiéis o abençoassem primeiro. depois, abençoou a todos. Trouxe humanidade à Igreja. Era o primeiro Papa que não parecia Papa. Abriu mão do luxo em nome da caridade, como Jesus faria.
Francisco: Um Papa revolucionário pelo bem da Igreja e da sociedade
Mesmo seguindo o rigor da doutrina, foi um Papa que trouxe à Igreja Católica mudanças objetivas e avanços.Realizou um pontificado que modificou as estruturas da Igreja, autorizando as bênçãos aos casais homossexuais, acolhendo a comunidade LGBTQIA+, falando mais aos fiéis e menos aos clérigos. Um Papa franciscano, que vem da Argentina (e não da Europa), que traz um olhar para a caridade. Protagonizou reformas internas e propôs discussões inéditas no Vaticano. Um Papa que trouxe à tona a injustiça em relação às mulheres.
“No mundo, onde as mulheres ainda sofrem tanta violência, desigualdade, injustiça e maus-tratos –e isso é escandaloso, ainda mais para quem professa a fé no Deus “nascido de mulher” — existe uma grave forma de discriminação, que está precisamente ligada à educação das mulheres. De fato, ela é temida em muitos contextos, mas o caminho para sociedades melhores passa justamente pela educação de meninas, moças e mulheres jovens, da qual o desenvolvimento humano se beneficia. Rezemos e nos comprometamos com isso”
Em suas últimas palavras, pediu o fim das guerras. Ucrânia x Rússia, Israel x Palestina. Promoveu diálogo e falou em uma igreja ‘para poucos, mas bons’. Adotou uma postura de tolerância zero para religiosos envolvidos em casos de pedofilia e falou sobre a vergonha que sentia em relação a isso.
Na Bolívia, ao visitar detentos, falou “eu poderia ser um de vocês“. Aproxima as pessoas em uma ação de se colocar no lugar do outro, demonstrando uma humanidade ímpar. Se coloca muito próximo dos migrantes, dos jovens, dos excluídos e marginalizados socialmente, apesar do conservadorismo. Esta revolução social será sua marca nestes 12 anos de Papado.
Por fim, ficamos à espera do próximo representante da Igreja Católica. E, torcemos para que o legado de Francisco seja honrado por meio da manutenção das suas reformas. Obrigada, Francisco.
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