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Jardim compartilhado

Nada de abrir mão de flores e plantas para ter um animalzinho em casa. É possível pensar em áreas verdes para curtir junto com gatos, cachorros e visitantes

Jardim compartilhado – Leoba / iStock

Depois de eventuais buracos na grama ou vasos virados, muitos donos de animais de estimação desistem de manter um jardim em casa. Mas o contato com o verde, tão vital para os humanos, é também importante para a boa vida dos pets. O segredo é adaptar uma área da casa para a convivência entre plantas e bichos.

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Pedidos de projetos que levam em consideração os animais da casa são cada vez mais comuns, segundo o paisagista Marcelo Faisal, de São Paulo: “Os pets são a alma da casa de muitas famílias”, conta. Para evitar a frustração com os estragos, especialmente para quem tem animais maiores, a principal dica é compor a vegetação com espécies resistentes de plantas, como palmeiras do tipo ráfia, ou usá-las para separar a área de tráfego dos canteiros mais delicados. As tumbérgias, trepadeiras vigorosas e semilenhosas, são uma alternativa para cobrir paredes e grades ou separar ambientes de maneira orgânica (além de colorir a paisagem com suas flores).
A grama, apesar de tão comum nos quintais, não é a melhor opção de forração para áreas de passagem dos animais, porque eles costumam fazer sempre os mesmos caminhos, desgastando-a. Pisos nas passagens principais e pedras grandes são opções mais duradouras.
Vale lembrar que apartamentos com varanda ou mesmo áreas de janelas podem amplificar o benefício do verde e criar espaços para banhos de sol dos gatos. Os animais fi cam felizes com a inclusão de brinquedos, casinhas e objetos para escalar (ainda no caso dos felinos). Mesmo uma pequena horta de temperos, por exemplo, pode ser dividida com os pets ao incluir brotinhos que eles gostam de mastigar, de milho ou trigo. Afinal, o verde não é só para observar. “Os projetos que crio são multidimensionais. Exploramos diferentes sentidos como tato, olfato e paladar, além do aspecto visual”, explica Faisal. Atenção apenas às espécies que são venenosas caso ingeridas, como coroa-de-cristo, espada-de-são-jorge, azaleia, hortênsia, bico-de-papagaio, samambaia, copo-de-leite, comigo-ninguém-pode e lírio.
Plantas ainda são uma forma de atrair outras espécies para a casa. Assim, mesmo quem não cria um gato ou cachorro, pode se beneficiar com a visita de passarinhos e borboletas. “O pássaro é a alegria do jardim, dá cor e o toque sensorial da audição, o que é muito gratificante”,  exalta o paisagista. Além de comedouros específicos, o plantio de variedades com flores e frutos atrai ainda mais esses visitantes, que relaxam os moradores com seu canto e os entretêm com sua beleza. E, para quem está disposto a incluir mais habitantes na casa, o jardim pode hospedar um viveiro de peixes, que trazem um ritmo terapêutico para o lar. “Já as tartarugas despertam a paciência nas pessoas. O movimento desacelerado delas ajuda a baixar nossa ansiedade”, diz Faisal.