Um toque de brechó no seu guarda-roupa

Sete anos atrás, a figurinista Erika Nigro sofreu uma das experiências mais duras da sua vida. Um AVC a afastou do trabalho que tanto amava. Precisou

dedicar-se em tempo integral à reabilitação, com cirurgias e sessões de fisioterapia diárias (às vezes, três num único dia) para minimizar as sequelas refletidas na dificuldade dos movimentos do braço e perna esquerdos. Passados alguns anos, entre os quais engravidou e teve uma lha (já era mãe de dois adolescentes), Erika ficou

pronta para uma guinada profissional. Abriu, em junho do ano passado, a Borogodó do Brechó, uma adorável loja de roupas, sapatos e acessórios (inclusive para casa) seminovos e a preços justíssimos. Um vestido da Farm, por exemplo, pode sair por R$ 80. É a curadoria de Erika que torna um prazer olhar para todas as araras, experimentar brincos e braceletes ou descobrir um jogo de xícaras com cara de casa de vó. “Faço tudo com muita paixão e cuidado. Então, não há objeto lascado, roupa sem botão ou com o puxado. Escolho cada item pelo caimento – daí porque a maioria das roupas acaba sendo de grifes famosas. Quem quiser, já pode sair vestido da loja”,conta a estilosa proprietária. Vestida com uma túnica nude estampada de azul (sem marca) e brincos que pareciam morangos cravejados de strass vermelho e verde, peças garimpadas na própria loja, ela inspira aquele gostinho de vestir-se como quem abriu o guarda-roupa da irmã, da mãe, da amiga e pinçou coisas bonitas para misturar com o próprio estilo. É lúdico e acrescenta um borogodó ao look. Para não entulhar o espaço, no verão, as peças de inverno ficam guardadas no acervo. Se você precisar de um casaco, solicite a uma das vendedoras para levá-lo à parte de cima do sobradinho. Outra experiência gostosa. E acessível.