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São tantas as Marias

Ao retratar as festas dedicadas a Nossa Senhora, a cineasta Joana Mariani produziu um belo tributo à força feminina

São tantas as Marias – Divulgação
Entre 2009 e 2013, a cineasta Joana Mariani, inglesa criada no Rio de Janeiro, percorreu Brasil, Peru, Nicarágua, Cuba e México. Em todas as localidades, sua câmera acompanhou as festas em louvor a Nossa Senhora, padroeira desses e dos demais países da América Latina. O belo registro resultou no documentário Marias – A Fé
no Feminino (Mar Filmes e Primo Filmes, 75 min), disponível no Now, iTunes e Netflix. Curiosamente, o que era para ser uma obra sobre a fé e as celebrações da santa se transformou em uma produção sobre a força da mulher. Entenda o porquê a seguir.
 
Em suas pesquisas sobre Nossa Senhora pela América Latina, o que mais a surpreendeu?
Descobri que, apesar de serem em teoria países patriarcais da porta para fora, da porta para dentro o matriarcado impera. Ou pela ausência do homem ou porque a mulher é que garante o sustento da família. Mas, de uma forma ou de outra, é o feminino quem lidera nas casas latino-americanas.
A fé na mãe de Jesus Cristo se alimenta de quê?
A fé em Nossa Senhora se alimenta dos valores femininos. Enquanto Deus é poderoso, forte, onipotente, Maria é presente, íntima, acolhedora. É a imagem da mãe, que coloca o filho no colo, que fala palavras doces. Em cada país, a essa base se acrescentam elementos culturais locais, mas a essência é a mesma.
Afinal, quem é Maria?
A Maria histórica foi uma mulher extremamente revolucionária. Engravidou de um pai desconhecido e de cabeça erguida expôs a sua situação numa época em que as mulheres eram apedrejadas por isso. Ela criou um dos maiores líderes da história, que se valia de valores extremamente femininos, tais como a compreensão, o perdão,
o acolhimento. Hoje, Marias somos todas nós. No mundo endurecido em que vivemos, essa força pode fazer a diferença.
MAR FILMES
Tel. (11) 94499-1900

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