Meu filho cometeu ato racista: o que fazer?
Castigar ou conversar? Qual conduta seguir se ficar sabendo que seu filho cometeu ofensas racistas? Psiquiatra explica

Castigar ou conversar? Qual conduta seguir se ficar sabendo que seu filho cometeu ofensas racistas? Psiquiatra explica
Recentemente, a atriz Samara Felippo foi às redes sociais para comentar a respeito de um ocorrido com sua filha de 14 anos. A menina sofreu ofensas racistas no colégio em que estuda. Em um vídeo, a mãe levantou alguns debates, chamando atenção para como deve ser a atitude das escolas e dos pais das crianças que cometem o ato racista.
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Por isso, chamamos o psiquiatra, dr. Flávio Henrique Nascimento, para comentar sobre o assunto e explicar qual a melhor conduta para os pais das crianças que cometeram o ato racista. Confira abaixo:
“Neste tipo de situação, os pais precisam abordar o comportamento de forma séria, mas educativa. Nunca deve-se amenizar a situação ou seus impactos. É importante que a criança entenda os efeitos da sua atitude, mas isso é o tipo de coisa que se ensina muito mais pelo exemplo do que pela correção em si, ambos têm de ser usados”, sinaliza.
Na hora da correção, o especialista indica uma forma educativa e proporcional à idade da criança, mas não recomenda castigos físicos, preferindo focar na aprendizagem: “A punição precisa acontecer para transmitir a gravidade do comportamento e que isso ocorre tanto com as pessoas afetadas, quanto para a própria criança”.
De acordo com Nascimento, é necessário ser modelo no dia a dia. “Os pais precisam ensinar a criança em casa desde cedo. O cérebro da criança, principalmente nos primeiros anos de vida, aprende muito mais pelo exemplo e pela repetição, então é necessário usar esses métodos. Valores devem ser ensinados desde cedo, não apenas quando ocorre um problema. Isso indica que já há comportamentos influenciados por valores desvirtuados, como preconceitos”, exemplifica.
Quando trata-se de adolescentes, é interessante que a forma de agir seja diferente, já que estão mais desenvolvidos e possuem uma capacidade de compreensão maior. “Os pais devem ter conversas mais maduras e abertas, explorando as razões por trás do comportamento e incentivando a reflexão sobre suas atitudes”, aponta.
Alguns psicólogos entrevistados pelo jornal ‘Folha de São Paulo’ apontaram que o ato racista não pode ser tratado como caso isolado ou esporádico. No caso da psicóloga Maiara Pontes, a única atitude não deveria ser apenas mandar embora, mas sim fazer algo diferente. “Assim, a criança não aprende porque ela simplesmente sai do lugar onde ela mesma cometeu algo errado contra uma colega e machucando a mesma”, afirma ao veículo.