Psicóloga explica como redes sociais podem prejudicar a saúde mental

A Dra. Ana Gabriela Andriani explica que a constante comparação com um ideal perfeito (e irreal) pode causar transtornos emocionais na vida das mulheres; veja como não cair nesta cilada virtual

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As redes sociais podem ser prejudiciais a autoestima – Pixabay

O universo online é perfeito, certo? Basta uma olhada rápida nas redes sociais para chegar à conclusão que (parece que) ninguém tem problemas, dívidas ou chateações cotidianas. Os usuários exalam felicidade, sucesso, conquistas perfeitas, uma vida plena. Porém, é irreal. Ninguém é feliz ou exalta beleza por 24 horas. Problemas existem para todos, uns com mais outros com menos.

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No entanto, pode fazer mal a quem não entende que trata-se de um recorte, ou de uma construção de realidade perfeita.

A realidade tóxica das redes sociais

Em um bate-papo exclusivo com a Máxima Digital, a psicóloga Ana Gabriela Andriani explicou o quanto essa situação pode ser prejudicial para a saúde mental, principalmente das mulheres.

“A gente vive uma época em que há uma supervalorização da imagem e da imagem considerada perfeita, do corpo perfeito, da família perfeita, da profissional perfeita. De algo sempre relacionado a sucesso, conquistas, felicidade. É uma mulher que dá conta de todos esses campos da vida, da família, do corpo, do trabalho. Essa mulher dá conta com perfeição, transformando tudo isso em algo perfeito. As redes sociais estimulam isso. As pessoas mostram recortes da vida, de momentos da vida, e que fica parecendo que corpos, casamentos, família, relações e os momentos vividos são de muita felicidade e perfeição. Claro que isso afeta a autoestima da mulher, porque a partir desses recortes que vão sendo vistos, muitas mulheres passam a se comparar”, diz a especialista.

Por fim, ela lembra que nas plataformas digitais é comum a comparação com a aparência.  Essa busca por um modelo irreal pode trazer desordens emocionais.

“Quando as mulheres ficam sempre se comparando com o perfeito que é postado, elas podem sentir uma baixa autoestima e frustração. Pode ficar triste, irritada, com vergonha, se sentir inferior, ter vontade de se afastar das pessoas, angustiada, insegura, ansiosa e até deprimida. Pensando nessa questão do corpo e da imagem, existe um transtorno que acontece muito com mulheres que se chama Transtorno Dismórfico Corporal, que é quando a pessoa passa a enxergar em pequeno detalhes do corpo, como boca, nariz, olhos, uma pintinha, mancha, ou formado de uma parte do corpo, ela passa a enxergar algo que é um detalhe como um defeito muito grave ou muito grande. Ela passa a ter comportamentos obsessivos ao corpo em uma tentativa de corrigir esses ‘defeitos’. Por exemplo: ela passa a se sentir acima do peso e faz academia obsessivamente. Só que ela nunca consegue atingir a perfeição que ela quer.”

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