Crianças que aprendem em meio à natureza aumentam sua atenção e memória
Uma pesquisa da Universidade de Melbourne descobriu que os pequenos que têm aula em meio ao mundo verde tiveram melhora no aprendizado
Em meio a um cenário onde crianças e adolescentes estão com a atenção, memória e capacidade de aprendizado cada vez mais reduzidas, passa a surgir a necessidade da procura de soluções para este impasse. Dessa forma, diversos estudos estão se debruçando sobre a importância da natureza neste aspecto – e estão encontrando resultados! Dianne Vella-Brodrick e Krystyna Gilowska, da Universidade de Melbourne, são duas dessas pessoas que descobriram os benefícios do mundo verde. Confira:
Natureza beneficia atenção e memória das crianças
A pesquisa reuniu 12 estudos experimentais e os revisou sistematicamente, avaliando situações em que crianças estudavam em salas de aula comuns e em espaços externos, em meio à natureza. Ademais, tinham casos em que o mundo lá fora era apenas visto pela janela, desempenhando, assim, um papel passivo. O objetivo era constatar se a intervenção natural tinha eficácia na atenção e memória dos pequenos.
Dessa forma, chegaram à conclusão de que, sim, a mudança de ambiente modifica essas características, especialmente se ela se tornar um dos focos principais, como aconteceu em casos que as crianças aprenderam sobre jardinagem, na prática, nas aulas de Ciências. “Nossa revisão encontrou forte apoio às intervenções na natureza para melhorar a atenção e a memória de trabalho. Por exemplo, o tempo na natureza melhorou a concentração, a velocidade de processamento e a retenção de conhecimento. Os resultados foram semelhantes tanto para as intervenções passivas, quanto ativas, bem como para aquelas de duração mais curta ou mais longa”, explicaram em uma publicação do site da Universidade de Melbourne.
Benefícios para a saúde mental
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo mundo, 14% das crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, têm algum tipo de transtorno mental. Já no Brasil, um levantamento da Fundação José Luiz Egydio Setúbal estima que cerca de oito milhões de menores enfrentam este cenário. Como solução, os pais investem em diferentes tipos de tratamentos, como psicoterapia e medicamentos. Estes têm se mostrado eficazes. No entanto, um método mais simples pode complementar os cuidados com a saúde mental: fazer atividades ao ar livre. Um estudo publicado no JAMA Network Open mostrou uma melhora no bem-estar de estudantes após escolas acrescentarem tarefas na natureza à grade curricular. Clique aqui e leia a matéria completa.
