Nova variedade de arroz promete reduzir emissões de metano em até 70%; entenda
Como uma forma de diminuir a liberação do gás, cientistas indianos e chineses apontam para o melhoramento genético e o cruzamento com a variação chamada Heijing5

Como uma forma de diminuir a liberação do gás, cientistas indianos e chineses apontam para o melhoramento genético e o cruzamento com a variação chamada Heijing5
Você sabia que a produção de um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros libera grandes quantidades de metano? Parece surpreendente, mas é verdade! O cultivo de arroz é responsável pelo aumento das concentrações do gás de efeito estufa considerado o segundo maior contribuinte para o aquecimento global. No entanto, uma nova variedade desenvolvida por cientistas promete mudar esse cenário, reduzindo as emissões em até 70%.
Atualmente, já existe uma variação do grão, chamada de Heijing5, que libera menos metano. Entretanto, além da sustentabilidade, ela apresenta poucos benefícios para os produtores, já que tem baixo rendimento. Por isso, a fim de encontrar uma solução adequada para o meio ambiente e o mercado, especialistas buscaram entender o que auxiliava esse processo.
Desta forma, pesquisadores da University of Agricultural Sciences, em colaboração com cientistas da China, identificaram dois componentes liberados pelas raízes do arroz influenciam na liberação de CH4: o fumarato e o etanol. Enquanto o primeiro se converte no gás com a ajuda de micro-organismos do solo, o segundo inibe a sua produção.
Com esses resultados, os estudiosos entenderam que a resposta estava no melhoramento genético, sem utilizar organismos geneticamente modificados, facilitando o acesso aos agricultores. Assim, eles apostaram na adição de etanol em uma nova variedade do grão e no cruzamento com a Heijing5.
Os especialistas, então, conseguiram não somente desenvolver um arroz produtivo, como sustentável. Isso porque a inovação apresenta 70% menos emissões de metano e atinge cerca de nove toneladas por hectare. Eles apontam que a descoberta irá beneficiar grandes produtores de grão, como Brasil, China e Índia.
Ademais, a nova variedade deve ajudar a desacelerar as mudanças climáticas e o aquecimento global, além de fortalecer a segurança alimentar em escala mundial. Neste momento, os envolvidos buscam regulamentar o arroz mediante ao governo chinês e de outros países. Os pesquisadores ainda estão testando o potencial do oxantel, um composto que também pode ajudar a reduzir a liberação de metano.