Cúrcuma é suplemento anti-inflamatório importante, mas seu uso exige cuidados
Curcumina é excelente suplemento, mas, para algumas pessoas, pode potencializar problemas sérios de saúde, explica geneticista e bióloga molecular
Curcumina é excelente suplemento, mas, para algumas pessoas, pode potencializar problemas sérios de saúde, explica geneticista e bióloga molecular
A curcumina é um composto ativo encontrado na Curcuma longa, uma planta comum principalmente na culinária indiana. Os suplementos a base de curcumina são populares por seus potenciais benefícios anti-inflamatórios e antioxidantes, ótimos para a redução da dor, podendo ser usados em tratamentos de câncer. Além disso, melhoram a saúde cardiovascular e cognitiva, prevenindo doenças neurodegenerativas.
No entanto, com a popularização desse tipo de suplemento, passou-se a utilizá-los indiscriminadamente, podendo gerar uma série de problemas. Conforme a geneticista e bióloga molecular Susana Massarani, é necessário analisar individualmente cada paciente antes de dar início à suplementação.
“A curcumina é realmente um excelente suplemento, mas, para algumas pessoas, pode potencializar alguns problemas sérios de saúde. Tudo é uma questão de observar o paciente individualmente em relação aos genes e ao custo-benefício (não monetário, mas na saúde) para aquele paciente em determinado momento da vida. Não se pode mais fazer medicina sem considerar essas particularidades”, diz a profissional.
“É importante destacar que, o que encontramos em suplementos não é o alimento cúrcuma, e sim, a curcumina, que é o composto bioativo, o que os torna mais concentrados. Ingerir a cúrcuma em si é uma coisa, usar a curcumina isolada de forma indiscriminada é outra”, afirma Susana Medeiros.
Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em Neurociências, biólogo e aluno de genômica de Susana Massarani, ao aprender mais sobre a substância com a geneticista, mudou seu ponto de vista sobre a curcumina.
“A curcumina, encontrada na cúrcuma, é um ingrediente que pode ajudar a reduzir o risco de doença de Alzheimer, melhorando a memória e o humor em pessoas com perda leve de memória relacionada à idade, mas a professora Susana me trouxe uma visão que vai além dos estudos que afirmam esses benefícios, assim como temos que analisar o processo nutricional com base nas alterações genéticas que cada indivíduo pode portar”, diz Fabiano.
Os suplementos a base de curcumina são vendidos livremente com concentrações de mais de 90% da substância prometendo melhoras na circulação, cognição e desempenho sexual, mas é fundamental ter cuidado ao consumir esses produtos sem acompanhamento médico.
Sobre os riscos, Susana diz que “o risco seria reduzir a expressão de genes que já seria reduzida no caso do paciente portar variantes que diminuem sua expressão. No caso da COMT, do MAOA e do MAOB, sua expressão adicionalmente reduzida pode aumentar a predisposição à depressão, câncer e várias condições neurológicas e psiquiátricas já que estão envolvidos nessas características.”
“O importante é a pessoa conhecer sua informação genética para que uma suplementação funcione e não se torne um tiro no pé”, finaliza Dr. Fabiano de Abreu.