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Mais uma boa notícia relacionada ao chá-verde

Além de desintoxicante, diurética e acelerador do metabolismo, a tradicional bebida chinesa demonstrou efeito positivo também na melhora da doença renal causada por diabetes

Mais um poder do chá verde – Shutterstock

Compostos
fitoquímicos encontrados no chá-verde, , já se sabia, estão associados à menor incidência de doenças
crônicas, como hipertensão, problemas cardiovasculares e diabetes. Mas
agora, uma nova pesquisa realizada
pela doutoranda Cynthia Borges e liderada pelo médico José Butori Lopes de Faria,
professor titular de Nefrologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
e coordenador de um projeto que estuda os efeitos do chá verde e do cacau,
entre outros compostos, demonstrou que um princípio ativo da Camellia Sinensis
está associado, sim, à melhora da saúde de pacientes com doença renal causada
pelo diabetes.

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Pesquisas com modelos animais
(camundongos e ratos) e culturas de células (de camundongos e humanas) já
haviam demonstrado a eficácia do chá nesse sentido. O novo estudo, no entanto,
foi realizado em indivíduos com diabetes e corroborou amplamente os resultados.

 

“Realizamos um ensaio clínico com 42
pacientes diabéticos, portadores de doença renal secundária ao diabetes, todos
eles recebendo o melhor tratamento disponível, incluindo dose máxima de
bloqueador do sistema renina-angiotensina [este último é considerado o padrão
ouro para o tratamento da doença renal associada ao diabetes]. Metade dos
integrantes do grupo recebeu extrato de chá verde e metade recebeu placebo
(substância inócua). O grupo que recebeu o extrato de chá verde teve uma
redução de 41% na albuminúria [perda da proteína albumina por meio da urina],
ao passo que o grupo que recebeu placebo teve um aumento de 3%”, relatou Faria
à Agência
FAPESP
.

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“Mantida a medicação
para todos os pacientes, os que receberam chá verde consumiram, diariamente,
durante 12 semanas, uma quantidade de extrato que continha 800 miligramas de
epigalocatequina-galato, um polifenol que constitui o principal princípio ativo
do produto. Essa dose, que equivale a três xícaras de chá, já havia sido
utilizada em um estudo com pacientes com câncer e se mostrado segura”, informou
o pesquisador.

É normal
eliminar albumina na urina. Mas isso ocorre em quantidades muito pequenas, de
até 30 miligramas por dia. Os pacientes selecionados para o ensaio, porém,
eliminavam quantidades muito superiores, o que sobrecarrega os rins. “Essa
albumina provém do sangue do indivíduo. O sangue passa pelos rins originando o
que chamamos de ‘ultrafiltrado’, e é esse ‘ultrafiltrado’ que, depois de sofrer
algumas transformações, dá origem à urina. No ‘ultrafiltrado’ de uma pessoa
normal, a quantidade de albumina é muito baixa. Porém no paciente com doença renal
em decorrência do diabetes ela se torna bem maior”, disse Faria.

“Nosso estudo
foi realizado com um grupo pequeno de indivíduos. É preciso reproduzi-lo em um
grupo maior, com mais tempo de acompanhamento. De qualquer forma, o resultado
obtido é bastante expressivo e promissor. Finalmente, vale ainda ressaltar que
os efeitos colaterais do extrato de chá verde foram mínimos e não diferiram dos
efeitos colaterais observados no grupo placebo”, finalizou o pesquisador.

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