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Uma experiência bastante feminina

Convidamos uma adepta do dispositivo para falar sobre o uso e comparar duas versões do produto – a tradicional, reutilizável, e a recém-lançada, descartável

Uma experiência bastante feminina – Divulgação / Prudence
Cada vez mais brasileiras estão se abrindo para a discussão acerca do método que recolhe o fluxo menstrual em um recipiente de silicone. A aceitação, principalmente entre as mulheres jovens e conscientes, atende ao apelo sustentável. Ao substituir o absorvente íntimo pelo coletor, evita- se o descarte de material não-reciclável para o planeta (o absorvente demora 100 anos para se degradar na natureza). Para quem adere à técnica, o que parecia bizarro acaba se mostrando totalmente compatível com o dia a dia, como é o caso da professora de pilates e massoterapeuta Roberta Smiderle, 27 anos, gaúcha radicada em São Bernardo do Campo, SP. “Aderi ao método em 2013, convencida pelo argumento de que assim deixaria de descartar absorventes comuns. Deu muito certo. Embora tenha fluxo intenso, me sinto protegida. No período menstrual, higienizo o “copinho” três vezes ao dia com água e sabão neutro e, após cada ciclo, submeto-o à fervura por cinco minutos. Simples. E, para minha surpresa, essa relação de maior proximidade com meu corpo me aproximou do feminino arquetípico, força ligada aos ciclos de renovação da natureza”, diz.
Por ter essa prévia experiência com um coletor tradicional, Roberta aceitou o convite para testar também um coletor menstrual descartável. E, compartilha, a seguir,
suas impressões:
SERVIÇO:
O coletor de silicone tradicional é comercializado por meio das lojas virtuais de marcas como Diva Cup, Inciclo, Lunette e Meluna. O coletor descartável Prudence So cup (prudencesoftcup.com.br) é vendido nas principais redes de farmácia do Brasil
Formato: “Enquanto o coletor de silicone lembra um um sininho, o descartável é um anel acoplado a uma película transparente e tem ‘boca’ mais larga”, informa Roberta Smiderle.
Conforto: “Ambos são hipoalergênicos, antibacterianos e bastante confortáveis. Depois de colocados, cam imperceptíveis. Dei aulas de pilates, me movimentei intensamente. Então, posso garantir que coloquei os ‘recipientes’ à prova.”
Odor: “Nunca senti odor algum. Com nenhum dos dois.”
Inserção: “Os dois são fáceis de acomodar. O ‘copo’ de silicone é flexível e deve ser dobrado para se encaixar na entrada da vagina – não há necessidade de empurrá-lo até o fundo. O vácuo formado impede a passagem de ar, o que evita vazamentos. Algumas marcas produzem até quatro tamanhos diferentes, favorecendo a anatomia
de cada mulher. Já o descartável, igualmente maleável, cobre o colo uterino, bem no fundo da vagina e acima do canal. Por isso, informa o fabricante, ele se adapta a qualquer corpo. Antes de introduzi-lo, é preciso apertar o aro com a ponta dos dedos, formando um ‘oito’, e, então, empurrar com o dedo até encaixá-lo.”
Vazamento: “Permaneci com o coletor descartável durante 8 a 11 horas por dia – o máximo indicado na embalagem são 12 horas. Tive pequenos vazamentos nos dias de fluxo mais intenso. Talvez eu precise pegar melhor o jeito de inseri-lo. Quando comecei a usar o coletor de silicone, também levei certo tempo para me entrosar com ele.”
Retirada: “A remoção do descartável foi bem desconfortável. Na primeira vez, levei até um susto porque deixei espirrar sangue e sujei as mãos. Ainda bem que só z isso em casa – se bem que o fabricante sugere trocas no banho. Já o coletor de silicone não nos deixa em contato com a menstruação devido à presença de uma haste na sua base, recurso inexistente na versão testada, o que nos obriga a introduzir o dedo no canal vaginal para resgatá-lo enganchando a ponta do indicador no aro. Vale dizer que, no trabalho, quando estou com o coletor tradicional, costumo levar uma garrafinha de água para o banheiro a m de fazer a higiene.”
Sexo: “Achei incrível poder ter relações sexuais usando o coletor descartável, o que é inviável com a versão de silicone justamente porque ela não chega ao fundo da vagina (se o clima esquenta, precisa ser removida). Não tivemos contato com o sangue. Somente na hora de retirá-lo me sujei um pouco.”
Conclusão: “Não trocaria o coletor reutilizável pelo descartável por uma questão de sustentabilidade – sou daquelas pessoas que se preocupam com o lixo que produzem – e também devido ao custo-benefício. O coletor reutilizável, cujo valor médio é de R$ 70 a R$ 180, dependendo da marca, apresenta durabilidade de cinco a dez anos. Estimativas mostram que uma mulher gasta cerca de R$ 100 por ano com absorventes. Já o preço sugerido do coletor descartável – usei o Prudence Softcup – é de R$ 27 (caixa com quatro unidades). A vantagem deste último seria o menor risco de infecção, grande preocupação dos ginecologistas quando se fala em coletor, porque a usuária não precisa se esmerar para lavá-lo”, finaliza Roberta.

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