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Aromas que curam: um guia completo sobre aromaterapia e seus efeitos no organismo

Published 27/01/2021

O colunista Jamar Tejada fez um guia completo sobre aromaterapia - Pexels/ Sora Shimazaki

Os óleos essenciais e, com eles, a aromaterapia nunca estiveram tão na moda como nos dias de hoje. Devido a quarentena grande parte das pessoas teve que reaprender a conviver consigo mesmo — curtindo sua casa, organizando seu espaço, sua idéias, sua espiritualidade. Nessas descobertas e redescobertas na qual alguns tentaram fugir e outros buscaram olhar pra dentro de si mesmo com mais atenção e prática de silêncio, de sua própria releitura acabaram chegando até a aromaterapia. Costumo dizer que a aromaterapia é o perfume que te ajuda a trilhar o caminho para a autoconsciência. Não pense que essa ciência é só indicada para aqueles que meditam, não, ela é indicada para tudo, desde problemas físicos até os problemas mentais e sensoriais.

Mas afinal o que é a aromaterapia?

A aromaterapia é mais que ciência, é uma arte milenar que tem como objetivo promover a saúde e o bem-estar do corpo, da mente e das emoções, através do uso terapêutico do aroma natural das plantas por meio de seus óleos essenciais. Esses óleos são substâncias complexas, voláteis e de fragrância variável, que podem vir de qualquer parte da planta: podem vir da raiz, flor, caule, folhas ou mesmo semente.

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História

Você sabia que a aromaterapia corresponde ao sistema de medicina mais antigo do mundo? Nos livros em sânscritos dos Ayurvedas já são relatadas o emprego de produtos naturais no tratamento das enfermidades, há mais de 2000 anos a.C. Os antigos persas e egípcios conheciam os óleos essenciais de Terebintina (madeira de pinheiro) e resina de mastique (Pistacia lentiscus) que, provavelmente, seria o primeiro óleo essencial obtido a partir da destilação a seco (processo em que a madeira é aquecida formando gases que irão condensar).

Os óleos essenciais eram empregados pelos egípcios, também, em massagens de embelezamento para proteger a pele do clima árido e evitar a decomposição de seus mortos. Vasos de alabastro, encontrados em antigas tumbas de faraós, possuíam óleos essenciais e datavam mais de 6.000 anos, demonstrando que os egípcios conheciam suas propriedades antissépticas. Todo esse conhecimento sobre os óleos se difundiu para os antigos gregos e deles para os romanos.

Como a aromaterapia age no nosso corpo?

Cada óleo essencial traz benefícios de acordo com sua ação e efeitos sobre os locais de aplicação. Ao inalarmos o óleo essencial as moléculas odoríferas (que exalam um aroma), espalham-se pela nossa cavidade nasal e são carregadas aos nossos neurônios olfatórios. As células presentes nesses neurônios chegam ao sistema nervoso central e ao sistema límbico, parte do nosso cérebro onde são associadas as emoções, particularmente com o prazer, a dor, a raiva, o medo, a tristeza e os sentimentos sexuais, além da memória, dos padrões de comportamento, do aprendizado e da atividade mental — daí o por quê dos aromas produzirem uma resposta emocional e nos fazerem reviver uma memória passada.

Assim que chegam nos pulmões, os óleos essenciais desencadeiam um efeito físico imediato sobre eles, passando dos pulmões para a corrente sanguínea, que os transporta para o corpo todo. Uma vez no sangue, esses óleos podem gerar efeitos sobre qualquer órgão pelo qual passam resultando em uma ação revitalizante.

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Se os óleos são tão benefícos, não seria melhor ingerir do que cheirá-los?

No início da década de 1920, os cientistas Gatti e Cayola observaram os efeitos terapêuticos dos óleos essenciais e concluíram que tanto a ação sedativa, quanto a estimulante, eram obtidas mais facilmente através da inalação do que da ingestão. O sentido do olfato requer a presença de uma molécula odorífera que é registrada no cérebro quando o ar é exalado ou inalado, os odores são  carregados por um conjunto particular de células nervosas que respondem ao estímulo dessas moléculas. No entanto, substâncias aromáticas prosseguem para o sistema límbico, sem que o córtex cerebral as registre. Elas chegam aos centros de controle mais profundos do cérebro, ou seja, ao lugar onde estão armazenadas as informações a respeito dos odores (HOARE, J. Guia completo de Aromaterapia. São Paulo: Editora Pensamento, 2010.)

Por que usar óleos essenciais em casa? Como eles podem melhorar o dia a dia?

Os benefícios dos óleos essências são muitos: desde o controle da dor, melhora da qualidade do sono, tratamento de dores em geral, alívio nos desconfortos do trabalho, aumento da imunidade, combate de vírus e bactérias, alívio dos efeitos colaterais da quimioterapia, entre tantos outros. Atualmente, mediante o momento de estresse e ansiedade que estamos atravessando há o maior emprego dos óleos, ajudando a aliviar esses sintomas. Óleos como os de bergamota (Citrusbergamia), lavanda (Lavandulaangustifolia), limão (Citruslimon) e sândalo (Santalumalbum) possuem propriedades que promovem o relaxamento e a sedação, fazendo com que o ambiente se torne mais calmo e acolhedor.

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Quais critérios usar na hora de escolher os óleos para cada ambiente da casa?

A escolha dos óleos é muito particular, independente da sensação de resposta que cada óleo proporciona, temos que levar em consideração as preferências olfativas de cada um. Não adianta você aromatizar, por exemplo, um óleo de limão ou lavanda com propósito de calma ao ambiente se as pessoas que ali moram não gostam desse cheiro — ao invés de acalmar fará com que esse pessoa fique ainda mais agitada. Escolha os óleos dentro de suas propriedades terapêuticas e depois teste com os moradores os óleos que mais agradam a maioria, afinal o propósito é gerar um ambiente de paz e não mais uma discussão.

Agora, se for escolher o óleo por ambiente leve em consideração também o que cada ambiente da casa representa.

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Qual é o melhor difusor para usar? Por quê?

O difusor de aromas elétrico pode ser do tipo ultrassônico ou nebulizador. O difusor ultrassônico preserva a integridade e as propriedades do óleo essencial, logo é a melhor escolha. 

Os difusores ultrassônicos utilizam frequências eletrônicas que vibram a água até que ela evapore, criando uma névoa fina de óleo essencial e água que se dispersam no ar. Por utilizarem água, também umidificam o ambiente, tornando o ar mais saudável além disso, o aroma do óleo fica mais suave. Já os cuidados com a limpeza exigem um pouco mais, além de sempre acrescentar água. São produtos silenciosos, indicados para os quartos e salas de estar. Também devemos levar em consideração a capacidade do reservatório de um difusor de aromas que varia de 50 a 400 ml, com área de cobertura que abrange de 10 a 30 m².

Já os difusores elétricos de aromas, sejam eles do tipo com tomada ou ultrassônicos, contam com um reservatório (às vezes chamado de “tanque”) onde o óleo essencial e/ou a água são colocados para serem evaporados. Nos modelos de tomada, o reservatório é bem limitado, em torno de 15 ml, pois só é necessária a adição do óleo. Entre os recursos extras que um difusor de aromas pode ter, podemos destacar: temporizador, desligamento automático e luzes de LED (cromoterapia), aí fica da escolha de cada um.

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Como realizar cada maneira de aplicação. Passo a passo:

Enfim, acredito que tenha lhe dado todas as ferramentas para entrar de cabeça, ou melhor, de nariz, nessa incrível arte que é a aromaterapia. Tire proveito das plantas como os antigos já faziam e trate não só seu corpo, mas todo o caminho por onde o aroma passar!

JAMAR TEJADA


Todas as quartas-feiras temos conteúdos exclusivos sobre métodos naturais para cuidarmos da saúde e do corpo… Daquele jeito que nós amamos!

Instagram: @Tejard

Contato: (11) 3063-1333

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