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Câncer de mama: a prevenção começa no prato
Câncer de mama: a prevenção começa no prato – Pexels/Freepik

Estamos no final de outubro, o famoso Outubro Rosa, que é o mês de conscientização para o controle do câncer de mama. Outubro Rosa começou na década de 90, pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, nos Estados Unidos, com apenas alguns estados americanos fazendo campanhas isoladas sobre o tema. Só depois que a campanha foi aprovada pelo Congresso Americano, outubro foi reconhecido nacionalmente como o mês da prevenção contra o câncer de mama e atualmente é um movimento internacional.

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Embora outubro seja o mês em que mais se fala sobre a prevenção, todos os dias deveriam ser dias deste autocuidado, afinal, o câncer não segue calendário.

A incidência do câncer de mama

O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. As maiores taxas de incidência esperadas foram na Austrália e Nova Zelândia, nos países do Norte da Europa e na Europa Ocidental.

Os cânceres de mama são um tanto complexos e cada caso é único, cada pessoa responde a sua maneira aos diferentes tratamentos que existem. São diversos mecanismos diferentes envolvidos no seu desenvolvimento, que podem ser combinados de múltiplas formas, gerando características e sintomas muito variados entre os pacientes. O fator comum entre eles é que todas têm uma massa de células que sofreu mutações crescendo desordenadamente e isso prejudica progressivamente o funcionamento do corpo.

Por causa dessa complexidade, não se pode reduzir o câncer de mama a uma fórmula simples, ou esperar que todas as pessoas obtenham os mesmos benefícios de tantos tratamentos que existem por aí. Também é sabido que, mesmo passando uma vida toda adotando atitudes preventivas, não há garantia de que em nenhum momento da vida haverá o desenvolvimento de um câncer de mama, assim como qualquer outro.

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Muitos acreditam também que o fato de ter ocorrência de câncer na família ocasionaria uma predestinação. Mas, vale lembrar que todo câncer é causado por uma alteração nos genes e isso não significa que seja hereditário, mas apenas que esta alteração causou uma sequência de eventos nas células de um órgão, que acabou gerando o aparecimento de um tumor maligno. A grande pergunta é se esta alteração nos genes ocorreu ao acaso ou se foi herdada.

Geralmente, trata-se de uma alteração genética adquirida ao longo da vida, onde só entre 5 e 10% dos casos de câncer são consequência de alterações genéticas, ou seja, transmissíveis de pais para filhos. No entanto, é importante saber que nem todo indivíduo que herda uma predisposição genética irá desenvolver o câncer, e, por isso, vale a atenção na qualidade de vida que se leva.

O câncer de mama e a alimentação saudável

Alguns hábitos podem aumentar o risco de desenvolvimento de tumores, como tabagismo, sedentarismo, etilismo, obesidade, exposição solar exacerbada e inadvertida. Algumas infecções virais também elevam este risco, como a infecção pelo vírus HPV e Esptein Barr, por exemplo. Outras exposições também podem aumentar as chances de desenvolvimento de tumores, como exposição à radiação, agrotóxicos, benzeno, dentre outros.

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Logo, é sabido que alimentar-se de maneira saudável é uma das principais medidas a serem adquiridas, até porque muitos alimentos – além de ricos em nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo humano – também podem combater alguns mecanismos que levam ao câncer.

Então, alimentos e extratos vegetais podem reforçar a prevenção ao câncer de mama? Claro que sim! Um organismo bem nutrido trabalha melhor, ao contrário, uma alimentação inadequada faz com que os processos celulares operam de maneira incompleta ou mesmo errada, gerando danos celulares que podem se acumular e favorecer as mutações genéticas, lembrando que todos os cânceres começam com danos no DNA.

Vários alimentos e extratos vegetais podem fornecer compostos que nutrem e agem no combate ao câncer. Alguns nutracêuticos e extratos vegetais com evidências científicas demonstram ação quimioprotetora contra o câncer de mama.

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Exemplos de alimentos

As frutas, em geral, são um importante reforço à defesa do organismo. A maioria delas tem grandes concentrações de polifenóis, potentes antioxidantes que auxiliam na neutralização de radicais livres (que podem causar danos ao DNA).

Vegetais crucíferos da família botânica Brassicacea, como couve, repolho, couve-flor, brócolis e couve-de-bruxelas, são ricos em compostos classificados como glicosinolatos, que, ao serem metabolizados, são transformados em indol 3 carbinol (I3C) e posteriormente em 3,3-Di-Indol-Metano (DIM). Estes compostos têm ação antioxidante, anti-inflamatória, anticarcinogênicae modulam o metabolismo do estrogênio, apresentando efeitos anticarcinogênicos, especialmente nos tumores dependentes da sinalização desse hormônio. Também são ricos isotiocianatos, como o sulforafano, que também apresentam ação anticarcinogênica, agindo em diferentes etapas do metabolismo tumoral.

O chá-verde é rico em compostos fenólicos que atuam como anti-inflamatórios e antioxidantes. As substâncias ajudam a reduzir o crescimento do tumor e previner diversos tipos de câncer. Entre eles estão o de mama, pulmão, ovário, bexiga e próstata. Para saber mais sobre o chá-verde, você pode clicar aqui e acessar a coluna.

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O tomate atua na prevenção do câncer por ser rico em licopeno, um ótimo antioxidante. Ele também favorece a prevenção do câncer de próstata, em especial.

A beterraba e os vegetais roxos e vermelhos são ricos em compostos classificados como antocianinas, substâncias antioxidantes que protegem o DNA das células contra alterações.

A soja é rica em isoflavonas, que apresentam atividade sobre o metabolismo do estrogênio. Estudos já associaram o consumo de isoflavonas com uma redução da mortalidade em mulheres diagnosticadas com câncer de mama, bem como uma tendência de redução do risco de desenvolver esse tipo de tumor. Um estudo clínico ainda demonstrou que a suplementação com isoflavonas de soja, pode reduzir significativamente a reincidência em pacientes que já tiveram câncer de mama.

A romã é rica em elagitaninos – um tipo de polifenol com ação anti-inflamatória. Já é capaz de interferir em diferentes etapas da carcinogênese (desenvolvimento das células cancerígenas). Estudos em humanos ainda são escassos, mas já foi reportada uma redução de marcadores de câncer de mama associada ao consumo de romã.

O gengibre, rico em compostos classificados como gingeróis e shogaols, são capazes de interferir em processos relacionados a proliferação e metástase do câncer de mama.

O alho, rico em compostos organossulforados, e o cominho preto, rico em timoquinona, possuem forte ação anticarcinogênica já demonstrada em diversos mecanismos envolvidos no desenvolvimento tumoral.

As frutas cítricas ricas em vitamina C ajudam a melhorar a imunidade e têm ação eficiente na prevenção do câncer, já que combatem a formação de radicais livres no organismo. A vitamina C também ajuda no fortalecimento dos ossos, combate o envelhecimento da pele, evita problemas de visão e facilita a absorção de ferro, prevenindo a anemia.

A castanha-do-pará, por ser rica em selênio, possui ação anti-inflamatória e ajuda a controlar o colesterol “ruim” (LDL). Além disso, esse componente químico tem ação antioxidante no organismo e evita a formação de radicais livres.

Sabemos que uma vida equilibrada não é tarefa fácil e, muitas vezes, os problemas estão além do nosso controle, mas algumas coisas são bem atingíveis como a realização de exames periódicos. A detecção precoce do câncer de mama chega a atingir até 95% de cura. Além disso, cada escolha no seu prato é uma oportunidade para cultivar uma vida saudável.

Faça escolhas inteligentes!