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Menta: propriedades do chá refrescante vão além das digestivas

Na coluna dessa semana, Jamar Tejada aponta os diversos benefícios da menta para o corpo e saúde mental, além de duas receitas para o dia a dia

Menta: propriedades do chá refrescante vão além das digestivas
Menta: propriedades do chá refrescante vão além das digestivas – Freepik

Quem não gosta de um chazinho de menta? Ele sempre é o escolhido quando bate aquela azia, aquele enjoo após comer um prato exagerado ou aquela comida que não caiu bem. Mas, o chá de menta ou o de hortelã possui propriedades que vão bem além das digestivas.

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Diferença entre hortelã e menta

Primeiramente, é bom saber que a menta e a hortelã são plantas da família Lamiaceae, do gênero Mentha. Mentha piperita é o nome científico da hortelã e Mentha spicata, o da menta. Esse gênero se distribui pela América do Norte, Austrália e Ásia e possui aproximadamente 50 espécies conhecidas.

A menta (Mentha spicata) tem um sabor mais suave, enquanto a hortelã (Mentha piperita) apresenta um sabor mais forte e ardido. Mas você não precisa chegar no supermercado ou na feira livre do seu bairro e provar as folhas. Para diferenciá-las você pode observar os aspectos físicos:

  • A menta possui folhas com uma textura mais áspera, são mais largas e com formato mais alongado e estreito;
  • A hortelã tem folhas compridas e estreitas também, mas são mais pontiagudas e seguem o formato de uma espiga larga. Na hortelã, há uma pequena haste que liga a folha ao caule principal.

Seja de uma espécie ou outra, a menta é uma erva aromática amplamente conhecida por seu sabor refrescante e suas propriedades medicinais. Seu nome botânico, Mentha, deriva de Mintha, nome dado à ninfa que a deusa grega Perséfone, por ciúmes, transformou em planta e piperita em pimenta, relacionado ao sabor apimentado desta espécie.

Benefícios da menta

O mentol é o principal componente do óleo essencial da planta responsável pelo agradável aroma e pela ação terapêutica. As indicações da menta não são poucas. Quando se pensa em questões gastrintestinais, ela cai bem quando se há inapetência (ausência de fome), flatulências, enterites, síndrome do cólon irritável, coleocistites, problemas hepatobiliares e vômitos. O efeito analgésico do mentol, ao nível intestinal, promove uma ligeira anestesia da mucosa gástrica, condicionando indiretamente a um efeito antiemético – bastante útil para tratar casos de náuseas e vômitos.

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A menta também é vinda em quadros de enxaquecas, nas dismenorréias (dor pélvica que surge no primeiro dia do período menstrual), na fadiga e na sinusite. A infusão de Menta Piperita melhora o sistema respiratório, limpando os pulmões, tratando gripes e resfriados, reduzindo a irritação na garganta e a tosse. Além disso, ela pode ser usada de forma tópica, aplicada sobre as inflamações osteoarticulares, nas dores de dente, na urticária, nos eczemas e nas dermatomicoses.

Aromateparia

Aquele cheirinho que parece congelar tudo, não só desperta os sentidos, mas também pode estimular a atividade cerebral, melhorando o foco e a concentração. Estudos apontam que seu aroma pode ativar certas áreas do cérebro relacionadas à atenção, aumentando a vigilância e melhorando o desempenho cognitivo. Isso faz dela uma excelente opção para aqueles momentos em que precisamos de um estímulo extra para manter o foco em tarefas complexas ou para combater a sonolência durante o dia.

Saúde mental

A menta também pode contribuir para a saúde mental e emocional, pois tem propriedades calmantes, que ajudam a aliviar o estresse, a ansiedade e a tensão. Hoje sabemos que o estresse crônico e a ansiedade podem ter um impacto negativo na função cognitiva, aumentando a produção de radicais livres. Devido seu potencial antioxidante, a menta ajuda a reduzir esses efeitos, além de promover a sensação de calma, bem-estar, melhorar o humor e a clareza mental.

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A planta ainda possui a capacidade de estimular a memória, já que seus compostos bioativos como o ácido rosmarínico são capazes de inibir a acetilcolinesterase – uma enzima responsável por degradar a acetilcolina, um neurotransmissor envolvido nos processos de aprendizado e formação de memórias. Assim, a menta pode auxiliar também na retenção de informações e na recuperação de lembranças. Essa propriedade pode ser especialmente relevante durante os estudos, no trabalho intelectual ou para pessoas que desejam manter a agilidade mental ao longo do tempo.

Contraindicação

Pode haver toxicidade e também há contraindicações para pessoas sensíveis ao mentol que sofrem de insônia e irritabilidade nervosa. A introdução da essência, mesmo por via inalatória, pode promover depressão cardíaca, laringoespasmos (fechamento glótico) e broncoespasmos (contração repentina do músculo liso presente nos brônquios), especialmente em crianças. Por isso, é desaconselhável o uso de perfumes mentolados ou preparados tópicos nasais a base de mentol. Da mesma forma, a inalação do óleo essencial não deve ser feita durante longos períodos, já que pode ocorrer irritação das mucosas.

Trabalhos experimentais feitos sobre os óleos essenciais já têm demonstrado que algumas das substâncias encontradas em alta quantidade (cetonas terpênicas e fenóis aromáticos) podem provocar toxicidade. Preciso ainda salientar que a forma isolada da pulegona – um dos seus compostos bioativos – possui efeitos convulsivos e até abortivos. Já o limoneno e o felandreno possuem efeito irritativo sobre a pele e o mentol efeitos narcóticos e os estupefascientes, em menor escala, são também irritantes para a pele.

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Abaixo, separamos duas receitinhas de chás, ou melhor, infusões com menta para você preparar em casa.

Infusão de menta

Ingredientes: ½ xícara de folhas de menta higienizadas e 2 xícaras de água filtrada.
Modo de preparo: Triture as folhas de menta para liberar os aromas e coloque em um recipiente. Em seguida, acrescente água filtrada quente e cubra as folhas. Deixe descansar de 3 a 5 minutos. Coe e está pronto para beber.

Infusão de menta com gengibre

Ingredientes: ½ xícara de folhas de menta higienizadas, 2 xícaras de água filtrada e fatias de gengibre.
Modo de preparo: Primeiro triture as folhas de menta para liberar os aromas e coloque em um recipiente. Em seguida, corte o gengibre em fatias e coloque com a menta. Acrescente água filtrada quente e cubra as folhas e o gengibre. Deixe descansar por pelo menos 5 minutos, coe e está pronto.

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Referências Bibliográficas:

ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Editora. Buenos Aires 1998.
Benefícios da menta para cognição e saúde cerebral. Adaptado de Shutterstock.com, 2023.
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Seleções do Reader’s Digest. 1ª edição1983.
CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 1983.
PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ªedição. 1998.
SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. ALBINO, R. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil.