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Pólipos intestinais: o que são, a relação com o câncer e a dieta indicada

Na coluna de hoje, Jamar Tejada fala sobre as origens dos pólipos intestinais e como a alimentação saudável está associada à prevenção do problema

Pólipos intestinais: o que são, a relação com o câncer e a dieta indicada
Pólipos intestinais: o que são, a relação com o câncer e a dieta indicada – Freepik

Muitas pessoas me questionam sobre pólipos: “Apareceram no meu exame de colonoscopia, mas o médico disse que é comum”. Eu mesmo, para meu desespero, ouvi isso depois que esses danados deram o ar da graça no meu exame. Acho que o médico percebeu minha cara de pavor e quis me tranquilizar.

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E sim, ele não mentiu, pólipos podem até ser comuns, ainda mais em uma época onde fastfoods se tornaram praticamente o prato principal, além da ansiedade e estresse, que dominam nossos dias e acabam se tornando o “adubo” para seu surgimento. Mas, sinto lhe dizer, não é normal e você deve, sim, ficar alerta!

Afinal, o que são pólipos?

Pólipos são crescimentos anormais que podem se desenvolver em diversos órgãos do corpo (não apenas no intestino, como a grande maioria acha) mas também no ouvido, cérvix, estômago, nariz, útero, esôfago, vesícula e bexiga. Quando são localizados na mucosa do intestino grosso ou do reto, são chamados de pólipos colorretais, e atingem entre 15 a 20% da população. Não é pouca gente não!

O nosso corpo vive em constate processo de renovação celular, substituindo células mais velhas, à medida que elas se decompõem, por novas. Quanto mais velhos, mais lentos ficamos. Assim, mais complicado se torna esse processo. Se algum fator, como uma mutação, por exemplo, perturba esse processo natural, as células antigas podem não ser destruídas, se multiplicando até formar o pólipo.

O envelhecimento já é um fator natural para contribuir para o surgimento de pólipos intestinais, tanto que a maioria dos pacientes com pólipos tem mais de 50 anos.

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Quanto maior essa necessidade de regeneração do intestino, maior a chance de algo nesse processo dar errado. Quanto mais inflamado você for, maior será o risco de formação de pólipos. Ou seja, a alimentação influencia diretamente na saúde intestinal, sendo assim, pessoas com doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e doença de Crohn, apresentam maiores chances de desenvolver pólipos.

Se você tem histórico familiar de pólipos ou câncer colorretal, saiba que também pode aumentar significativamente os riscos de ter pólipos, mas isso não é uma certeza. Com boa alimentação, você pode driblar esse destino, mesmo que algumas síndromes hereditárias, como a Polipose Adenomatosa Familiar, por exemplo, façam com que o indivíduo desenvolva alta quantidade de pólipos.

Quanto pior sua alimentação, maior seu risco, assim como obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de bebida alcoólica e tabagismo também estão associados ao problema. O estresse também tem sua parte nisso, já que causa muita liberação de suco gástrico e essa acidez faz com que haja uma disbiose intestinal, já que o meio ácido é adequado para bactérias negativas, assim como a pouca ingestão de água e de uma dieta pobre em fibras.

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Pólipos e câncer

Nem todo pólipo vira câncer, mas a grande maioria dos casos de câncer colorretal se origina de um pólipo que não foi tratado. Assim, quase todo câncer colorretal já foi um dia um pólipo. Este poderia ser o caso da cantora Simony, que durante seis meses lutou contra um tumor na região do intestino e, felizmente, se curou.

Os pólipos identificados como adenomatosos tubulares, por exemplo, têm apenas 5% de probabilidade de se tornarem lesões cancerosas, enquanto os adenomatosos vilosos chegam a 40%. Mas, independentemente do tipo de pólipo, quanto mais tempo ele passa no intestino, maiores suas chances de se tornarem malignos, principalmente quando aumentam de tamanho.

Como não é possível prever qual pólipo poderá oferecer riscos, é recomendado que, assim que o crescimento for identificado durante a colonoscopia, ele já seja removido.

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Colonoscopia

Está aí um exame que assusta! Eu, que já fiz, posso falar com propriedade que o problema não é o exame em si, mas o preparo! Não sei o que é pior: se a dieta preparatória ou o uso dos laxativos.

Dizer que é tranquilo é uma mentira! É um exame bastante chato, mas necessário. E como digo para as pessoas que me procuram relutantes em fazê-lo: ninguém mandou nascer bicho homem. Tem que fazer e ponto! Quanto antes identificar o surgimento de um pólipo de aparência duvidosa, mais rápida a remoção.

Mas, brincadeiras à parte, o assunto é sério e esse exame é fundamental, ainda mais para pessoas como eu, que tem histórico de câncer colorretal na família. Prevenção é ainda o maior aliado, sempre!

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O exame de colonoscopia deve ser feito a partir dos 45 anos de idade ou conforme a recomendação médica. Ele permite a localização e visualização do pólipo intestinal, além de permitir a remoção da lesão na grande maioria dos casos.

Bom, o exame em si, para quem não sabe, trata-se de um tubo longo e flexível, com uma microcâmera, inserido pelo ânus do paciente sedado. Você não vê e não sente nada. As imagens são transmitidas para um monitor, por onde o médico irá visualizar toda a extensão do intestino grosso e identificar a presença de pólipos ou outros problemas intestinais.

Se o pólipo não for muito grande, ele poderá ser removido com o próprio colonoscópio e, então, enviado para biópsia. Esse cuidado é importante porque crescimentos maiores podem provocar hemorragias na hora da remoção. Nesse caso, a colonoscopia precisa ser repetida em ambiente hospitalar, com equipamentos necessários para controlar qualquer complicação e acho importante saber que todo o processo é feito em menos de 40 minutos.

Dieta para quem tem pólipos intestinais

A dieta para pólipos intestinais deve ser pobre em gorduras saturadas – aquela encontrada nas frituras e em produtos industrializados – e rica em fibras que estão presentes nos alimentos naturais, tais como vegetais, frutas, folhas e cereais, por exemplo, além de incluir o consumo de, no mínimo, 2 litros de água por dia.

Em caso de pólipos intestinais, é importante consumir alimentos que irão ajudar o intestino a trabalhar sem esforço extra e a manter a flora intestinal, o que evita que os pólipos sangrem, além de reduzir a chance de aparecimento de novos pólipos.

Estes alimentos podem ser:

  • Folhas: alface, couve, rúcula, acelga, agrião, aipo, escarola e espinafre;
  • Legumes: vagem, abóbora, cenoura, beterraba e berinjela;
  • Cereais integrais: trigo, aveia, arroz;
  • Frutas: morango, pera com casca, mamão, ameixa, laranja, abacaxi, pêssego, figo e damasco, abacate;
  • Frutos oleaginosos: nozes, castanhas;
  • Frutos secas: passas, tâmaras;
  • Gorduras boas: azeite de oliva, óleo de coco;
  • Sementes: linhaça, chia, abóbora e gergelim;
  • Probióticos: iogurtes, kefir, kombucha e chucrute;
  • Leites e derivados desnatados: queijos brancos como ricota, minas frescal e cottage.

E só para lembrar antes de me despedir: bom exame e boa saúde!