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Velas aromáticas podem ser prejudiciais à saúde? A resposta é sim!

Segundo diversos estudos, as velas comuns e aromáticas podem emitir substâncias tóxicas e tão prejudicais quanto a fumaça do cigarro

Velas aromáticas podem ser prejudiciais à saúde? A resposta é sim!
Velas aromáticas podem ser prejudiciais à saúde? A resposta é sim! – Foto: thevibrantmachine/Pexels

Velas aromáticas, ou mesmo sem aromas, são utilizadas por vários motivos dentro de casas ou de estabelecimentos comerciais, seja por demonstração de fé, para mascarar odores, para técnicas de relaxamento ou mesmo para decoração. Mas será que o único malefício de uma vela seria o risco de causar algum incêndio? Apesar de ser um risco alarmante, os danos vão além e podem afetar sua saúde.

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É isso mesmo. Segundo vários estudos, como o realizado em 2019 na Universidade da Carolina do Sul, elas podem emitir substâncias tóxicas e tão prejudicais quanto a fumaça do cigarro.

Por que as velas podem ser prejudiciais à saúde?

Um dos grandes culpados é a parafina, um subproduto do petróleo, utilizado na composição da maioria das velas. A parafina libera quantidades prejudiciais de tolueno e benzeno, que aumentam a chance de desenvolvimento de câncer, asma, eczema e problemas de pele, conforme o jornal inglês Daily News.

E o problema pode ainda ser pior se forem acesas em locais mal ventilados, pois provocam uma poluição tóxica no ambiente. Então, aquele banho relaxante na banheira com velinhas aromáticas e porta fechada pode te fazer mal? Depende, se usada ocasionalmente não vai fazer mal, mas se acender todos os dias ou frequentemente em um local fechado, ou com muitas velas simultaneamente, pode causar problemas, sim.

A questão é que queimar velas em casa leva ao aumento da poluição do ar interior, e as velas perfumadas representam um risco ainda maior. Na Dinamarca, onde queimar uma vela é um hábito comum, uma pesquisa realizada pela Universidade de Copenhague constatou que 60% das partículas ultrafinas de poluição são provenientes da queima de velas.

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Não só a parafina pode ser perigosa. Os aromas e corantes artificias geralmente usados na confecção de alguns itens também podem trazer problemas. E quanto mais limpo o ambiente de fumaça, melhor para você.

Em outros estudos realizados pela Environmental Protection Agency e pela University of South Florida sobre velas perfumadas, foi constatado que algumas, quando acesas, podem liberar ftalatos, chumbo, benzeno e tolueno. Outro estudo, realizado na Alemanha, mostrou que algumas velas podem emitir vestígios de produtos químicos como acetaldeído, formaldeído, acroleína e naftaleno.

Imagine locais fechados com queima de velas diárias, como uma igreja, por exemplo. Cientistas holandeses já pensaram nisso e mediram partículas de ar em igrejas que queimam velas por longos períodos – por mais de nove horas. Eles descobriram que nesses locais pode haver dez vezes mais substâncias causadoras de câncer do que ao ar livre. Essas partículas de fuligem podem, segundo os pesquisadores, penetrar no pulmão e agravar doenças respiratórias.

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Alguns estudos apontam que pessoas que foram expostas a velas aromáticas acesas em lugares fechados apresentaram alguns sintomas como vertigens, dores de cabeça, garganta seca, olhos irritados e tosse. Esses sintomas foram comparados aos que ocorrem durante a exposição de uma pessoa ao cigarro.

Já a inalação a longo prazo, ou seja, contínua dos gases tóxicos liberados durante a queima da vela, também está associado ao risco do surgimento de câncer de bexiga e câncer colorretal, pois essas substâncias conseguem controlar o desenvolvimento e a proliferação das células cancerosas.

Além disso, a fumaça liberada pelas velas aromáticas acesas diariamente podem provocar problemas respiratórios em adultos e crianças, além de causar crises de asma em pessoas que já tem diagnóstico desta doença.

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Em outro estudo realizado com ratos pela Universidade de Copenhague, descobriu-se que a exposição a partículas da queima de velas causa danos maiores do que a mesma dose de fumaça de escapamento de diesel. A inalação da fumaça da vela levou a efeitos na saúde, como inflamação e toxicidade pulmonar, arteriosclerose e efeitos do envelhecimento nos cromossomos nos pulmões e no baço.

O problema por trás das velas aromáticas

Um estudo realizado pelo Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Hanyang examinou se a quantidade de toxinas variava com a fragrância, com base em seis aromas diferentes. Velas perfumadas, acesas ou não, contêm compostos orgânicos voláteis (COV), que podem ser incrivelmente tóxicos quando inalados.

Eles descobriram que, quando uma vela era acesa, o formaldeído, composto perigoso e com vapores considerados altamente tóxicos, estava na maior concentração dentre os COV emitidos. Conforme o estudo, os aromas que emitiram as maiores concentrações de formaldeído foram os seguintes (ppb = partes por bilhão) foram os de morango, com 2098 ppb, e o de algodão limpo, com 1022 ppb.

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Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirmam que os efeitos agudos e crônicos do formaldeído na saúde variam conforme o indivíduo. O limiar típico para o desenvolvimento de sintomas agudos devido ao formaldeído inalado é de 800 ppb. No entanto, indivíduos sensíveis relataram sintomas em níveis de formaldeído em torno de 100 ppb.

O interessante é que outro estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Sul testou velas de parafina à base de petróleo e velas à base de vegetais que não eram perfumadas, não pigmentadas e livres de corantes. As velas à base de vegetais não produziram poluentes nocivos, no entanto, as velas de parafina lançaram substâncias químicas indesejadas no ar.

Para uma pessoa que acende uma vela todos os dias durante anos ou apenas as usa com frequência, a inalação desses poluentes perigosos que flutuam no ar pode contribuir para o desenvolvimento de riscos à saúde, como câncer, alergias comuns e até asma.

Advertências sobre formaldeído

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças possui avisos e recomendações para a exposição ao formaldeído em casa. Recomenda-se que exposição deve ser evitada, principalmente quando houver indivíduos com asma, gestantes, idosos ou crianças pequenas presentes no ambiente. A exposição em curto prazo ao formaldeído liberado pelas velas resulta nos seguintes sintomas:

  • Olhos lacrimejantes e ardentes;
  • Queimação na garganta e nariz;
  • Náusea e/ou vômito;
  • Sibilos e/ou tosse;
  • Queima de pele e/ou irritação.

Então, toda vela é tóxica?

Velas mais antigas também costumavam ser construídas com pavios feitos de chumbo, e há uma maneira fácil de testar. Esfregue o pavio de uma vela não queimada em papel branco. Se o pavio deixa uma marca cinza como lápis, há chumbo nele. Se não houver cinza, está tudo bem.

O lado bom nisso tudo é que, felizmente, nem todas as velas são tóxicas. Existem muitas boas alternativas que não envolvem o uso de produtos petrolíferos nocivos, com a cera tóxica e a fragrância usada em sua formulação. As velas aromáticas produzidas com substâncias bioativas, produzidas com ceras vegetais ou de frutas como as derivadas de soja, não são prejudiciais à saúde, pois não liberam substâncias tóxicas ao serem queimadas.

Recomenda-se o uso de velas que sejam aromatizadas com óleos essenciais, extraídos de plantas naturais e velas produzidas de cera de mel de abelha, pois essas não têm efeitos nocivos para o corpo, por isso também são indicadas para uso.

Mas, caso você ainda prefira velas de parafina, é importante reduzir o uso e ao acender manter o local bem arejado e com as janelas abertas para que a fuligem produzida pela queima da vela não seja inalada pelas pessoas. Leia sempre o rótulo sobre os ingredientes da formulação e não esqueça independente da vela que escolher, quanto menos fumaça houver, é mais saúde para você.

Bibliografia:

SOUTH CAROLINA STATE UNIVERSITY. Frequent use of certain candles produces unwanted chemicals. 2009. Disponível em: <https://www.scsu.edu/news_article.aspx?news_id=832>. Acesso em 26 dez 2019
AHN, Jeong-Hyeon et al. Characterization of hazardous and odorous volatiles emitted from scented candles before lighting and when lit. Journal of Hazardous Materials. Vol.286, n.9. 242-251, 2015
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/ina.12909