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Whey Protein: como é feito, os diferentes tipos e quem pode consumir

O farmacêutico homeopata Jamar Tejada conta tudo o que precisamos saber sobre o Whey Protein, desde sua formulação até os tipos mais comuns e suas particularidades

Whey Protein: como é feito, os diferentes tipos e quem pode consumir
Whey Protein: como é feito, os diferentes tipos e quem pode consumir – Freepik/kroshka__nastya

Entre os suplementos existentes no mercado, o Whey Protein lidera o pódio entre os mais populares, mas há muitos erros e dúvidas acerca desse incrível suplemento. Muitos, por exemplo, acreditam que vão começar a fazer uso e se transformarão em superatletas do dia para noite, outros o enxergam como uma “bomba”, porque desenvolverão músculos a cada tomada. E tem quem ache que, quanto mais caro, melhor a qualidade e efeito, assim como os que não tomam porque morrem de medo de sobrecarregarem fígado e rins. Mas não é bem assim!

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Isolado, concentrado, hidrolisado e Whey 3W ou blend dos três primeiros são os tipos de Whey Protein encontrados atualmente no mercado, que variam conforme o modo de produção e/ou filtragem e a quantidade na composição de proteínas, gorduras e carboidratos, resultando em diferentes respostas de digestibilidade.

Antes de tudo, vale reforçar que ele é uma fonte de proteínas, um suplemento de proteína derivado do soro do leite, e que não é um substituto de refeição, é um suplemento, ou seja, pode complementar, mas não deve substituir.

Como o Whey Protein é feito?

Após o leite ser retirado dos animais nas fazendas e irem para seus destinos como, por exemplo, as queijarias, a parte que não é utilizada para produzir o queijo, é comprada pelas fábricas de Whey, onde é submetida a um processo de pasteurização e filtragem. A título de curiosidade, são necessários em média 200 litros de leite para produzir 1kg de Whey concentrado.

O mais importante na hora de escolher o tipo de Whey Protein é avaliar os objetivos que se deseja e suas individualidades, eu, por exemplo, se tomar o Whey concentrado passo mal, então vamos às diferenças.

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Os diferentes tipos de Whey Protein e suas particularidades

Whey Protein Concentrado (WPC)

É a versão mais comum e mais barata, o que possui entre 70% e 80% de proteína do soro, oferecendo teor proteico geralmente menor que os demais tipos de Whey. Em geral, contém lactose e gordura. O soro do leite passa apenas por uma filtragem e conserva carboidratos (lactose), minerais e gorduras do leite, podendo ter caseína.

O problema é que não vem descrito nos rótulos a quantidade de caseína, proteína potencialmente alergênica, logo, quem precisa de uma dieta anti-inflamatória por causa desta vai ter problemas. Seu processo de digestão e absorção da proteína é mais demorado que dos outros tipos de Whey. Pode ser indicado para quem precisa consumir alta quantidade de proteína diariamente e para quem faz dieta low carb ou cetogênica.

Whey Protein Isolado (WPI)

Através do aperfeiçoamento das tecnologias de filtragem, surgiu o WPI. De melhor qualidade, é constituído por de 90% de proteína com mínimas quantidades de gordura e lactose. Toda sua proteína provem do soro de leite, sem caseína e lactose. Logo, a concentração de aminoácidos por dose no Whey isolado é maior do que no concentrado, e o produto é absorvido mais rapidamente. Pode ser indicado para atletas com treinos de baixa, média e alta intensidade, além de ser bem-vindo aos intolerantes à lactose, como eu, e às pessoas alérgicas. Meu preferido!

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Whey Protein Hidrolisado (WPH)

Com as mesmas características do WPI, o WPH diferencia-se pelo processo de hidrólise enzimática (processo similar ao digestivo) que reduz o tamanho das proteínas a segmentos proteicos menores, chamados de peptídeos. Os hidrolisados são mais facilmente digeridos e possuem potencial reduzido em termos de alergenicidade, se comparados aos concentrados e isolados, sem perder seu valor nutricional. Pode ser uma boa opção para quem apresenta problemas de gases e má digestão ao consumir o suplemento isolado ou concentrado. As desvantagens são o sabor e o preço. Também são indicados aos alérgicos.

Whey 3 W ou Blend

É o Whey com mistura dos três tipos, sendo que muitas marcas não mostram a proporção de cada Whey utilizado no produto, ou seja, você acaba pagando mais caro e pode sofrer os mesmos inconvenientes do Whey concentrado comum para quem é alérgico. Pessoalmente, não vejo vantagem alguma.

Proteína vegetal pode substituir Whey Protein?

Uma coisa é proteína vegetal, que geralmente vem da soja, arroz ou da ervilha, e outra é a proteína de origem animal, da carne. Nenhum deles é Whey, mas podem ser alternativas ao seu uso, especialmente para os pacientes com qualquer alergia à proteína do leite ou veganos.

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Mas fique claro que Whey Protein possui o maior valor biológico, ou seja, a melhor capacidade de absorção, utilização e a maior quantidade de aminoácidos essenciais.

Só quem faz exercícios pode tomar Whey Protein? Existem benefícios além do nível muscular?

De forma alguma, mesmo sem a prática de exercícios físicos, o Whey é bem-vindo. A partir dos 30 anos, tem início a perda muscular que geralmente se dá de 3 a 8% a cada década. Segundo estudos, uma maior ingestão de aminoácidos reduz esta perda de massa magra progressiva.

A preservação da massa muscular é importante para todas as idades, principalmente aos idosos, em que é essencial para mobilidade e sustentação das articulações, por isso, uma alimentação balanceada e a prática constante de exercícios físicos se fazem necessários ao longo de toda vida. Logo, a suplementação com Whey atua na recuperação e ganho de massa muscular na prevenção e tratamento da Sarcopenia.

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Estudos também revelaram que a suplementação proteica influencia beneficamente a composição do leite materno, aumentando as concentrações de imunoglobulinas, como da IgA, implementando a defesa contra infecções da mucosa por vírus ou bactérias.

Outro ponto interessante é que o Whey provoca saciedade por afetar os processos metabólicos da regulação energética, favorecendo o controle e a redução da gordura corporal, ou seja, quanto mais bem nutrido, menos fome!

O Whey também melhora a imunidade através do aumento da glutationa no corpo, inclusive dentro dos linfócitos. Além disso, por bloquear a conversão da enzima de angiotensina, melhora a função vascular pelo seu poder antioxidante.

Quando utilizar o Whey Protein

Se você é praticante de atividades físicas, o Whey protein é melhor absorvido e utilizado no período que chamamos de janelas de oportunidade que ocorre, geralmente, uma ou duas horas antes do treino. Outra janela é na hora de dormir.

Trabalhos científicos mostram ser uma estratégia interessante para ganho de massa muscular ou manutenção, em todas as idades, inclusive e principalmente no idoso, até porque ele melhora a qualidade do sono em pacientes com sobrepeso. Embora, como citei anteriormente, não deva ser substituído por uma refeição, o Whey pode ser uma alternativa para os lanches rápidos, como, por exemplo, nesse período de férias nas longas esperas de embarque.

Whey engorda?

Se tomado exageradamente, as proteínas que não são necessárias ao organismo são metabolizadas pelo fígado e transformadas em gordura.

Considerações finais

Se for comprar um Whey em “loja” e não em farmácia de manipulação – onde você tem como grande vantagem a disponibilização do certificado de análise que garante a qualificação do mesmo e pode ser disponibilizado pelo farmacêutico – recomendo identificar no rótulo do produto se o Whey Protein é o primeiro da lista de ingredientes, indicando que ele é o produto de maior quantidade na composição.

Deve-se ter atenção com rótulos muito extensos e com palavras e itens mais complicados de se ler, o que significa que foram adicionados muitos aditivos. Quanto menos nomes na lista dos ingredientes, melhor. Evite produtos cujos rótulos apresentem grande quantidade de maltodextrina, corantes, saborizantes, aromatizantes e conservantes.

Enfim, busque uma avaliação especializada, inclusive sobre a quantidade a ser consumida, pois pode haver sobrecarga do organismo, já que, em média, necessitamos de 1 grama a 1,4 grama de proteína por quilo de peso ao dia para desempenhar todas as funções e promover o crescimento muscular.

Se o consumo for menor do que o necessário, dificilmente os resultados esperados serão atingidos. E se for maior, há um risco de sobrecarga no fígado e nos rins, prejudicial para esses órgãos. Um profissional de saúde qualificado deverá calcular a quantidade extra de proteína que está sendo ingerida com a suplementação para equilibrar as fontes que serão consumidas na alimentação. Consuma, sim, mas com moderação e acima de tudo, com orientação!