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A dor acolhida

O projeto Vamos Falar sobre o Luto? preenche um vazio nos canais de informação: é um site dedicado a tratar de algo triste como a perda de alguém querido, mas de maneira profundamente respeitosa e visualmente delicada

A dor acolhida – Divulgação
O tema da morte exige cuidado. E pede espaço. As sete idealizadoras do projeto Vamos Falar sobre o Luto? sabem disso. Já vivenciaram, cada uma à sua maneira, a mais dolorosa das perdas e, em comum, lembram bem o quanto conversar sobre as pessoas queridas que partiram, falar o nome do filho, do marido, do pai e recontar histórias sobre eles é reconfortante. Compreenderam também que à dor do luto, em geral, se soma a dor de se sentir um, digamos, incômodo – como se o luto tivesse data e horário para acabar e prolongar as lembranças fosse um peso extra para quem está ao redor. Por isso a premissa do projeto é tratar de toda essa complexidade
de sentimentos de forma amigável, com o máximo de delicadeza e respeito pela singularidade das histórias. “Não existe fórmula para ficar menos triste. O que procuramos fazer é apresentar novos ângulos de quem lidou com esse sofrimento e trazer diferentes re exões”, diz Cynthia de Almeida, uma das criadoras do projeto, e mãe de três filhos, entre eles, Gabriel, que morreu há 14 anos. Desde então, os amigos dele fazem, anualmente uma festa para homenageá-lo. “É um momento coletivo de compreensão real da morte. As pessoas não precisam estar velhas, doentes nem ter perdido alguém próximo para refletir sobre a nitude e o sentido da vida”, diz ela no depoimento que compartilha no site. Em outro testemunho, Que la Vida Siga, o consultor Andres Bruzzone escreve de forma muito corajosa e bonita sobre o suicídio do lho Pablo e fala sobre os significados da palavra superação. Ainda dá para ser feliz depois da morte de um filho? Sim, mas de um jeito diferente, ele aprende. Tantas delicadezas
da alma só poderiam ser acompanhadas de imagens suaves. “A gente fala da morte, mas está celebrando o amor que tem por essas pessoas. Não tem por que não ser um site carinhoso”, conclui Cynthia. Os 10 mil fãs do projeto comprovam que ela está certa.
VAMOS FALAR SOBRE LUTO?

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