Médica leva para sua casa dois pacientes com doença rara para protegê-los do coronavírus em Minas Gerais
Para preservar a saúde dos pacientes, a pediatra pediu autorização do hospital para leva-los para sua casa
Para preservar a saúde dos pacientes, a pediatra pediu autorização do hospital para leva-los para sua casa
Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, a médica Márcia Novais não mediu esforços para proteger dois pacientes que cuida há 7 anos em um hospital de Minas Gerais.
A pediatra de 55 anos chamou atenção de moradores da cidade de Taiobeiras, no norte do estado, depois que decidiu levar para sua casa dois pacientes com uma doença rara para que eles não ficassem expostos a Covid-19 no hospital onde fazem tratamento.
De acordo com a Folha de São Paulo, Talisson Gonçalves, 8, e Vanessa Gomes, 15 são portadores de uma doença genética chamada Mucopolissacaridose, que provoca a deficiência de enzimas gerando deformações ósseas e problemas em diversos órgãos.
Para realizar o tratamento e controlar o avanço da doença, os jovens precisam ir ao hospital pelo menos uma vez por semana para receber um medicamento que só pode ser aplicado por um médico por conta dos efeitos colaterais, no entanto, para isso eles viajam cerca de 68 km da cidade de Berizal até o Hospital Santo Antônio, em Taiobeiras, o único hospital publico da cidade, onde são atendidos pela Dra. Marcia.
Com receio que estes jovens se exponham ao vírus durante a viagem ou ate mesmo dentro do hospital, a médica pediu uma autorização do local onde trabalha para que pudesse levar os jovens para serem tratados em sua casa durante o período de pandemia.
“No pronto-socorro eles ficavam sozinhos, era um ambiente mais protegido. Com a mudança [causada pelo coronavírus], eles teriam que atravessar o hospital e ficar na mesma área com crianças doentes. Fiquei com medo. São muito frágeis e não resistiram à infecção pelo coronavírus”, disse ela a Folha.
Desde então, a rotina da médica mudou e todas as manhãs das quartas ou quintas-feiras, ela recebe os pacientes em sua sala, os acomoda no sofá e enquanto recebem tratamento assistem desenhos animados na televisão: “Dias desses eu vi a Vanessa sorrir pela primeira vez. Ela assistia a um desenho animado. Fiquei emocionada de ver aquele rostinho tão sofrido se iluminando. Já o Talisson prefere ouvir música“.