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Casa rima com cor e amor

O apartamento da designer Julia Mendes é um retrato perfeito do estilo de vida de sua jovem família carioca: descontraído, cheio de tonalidades fortes, estampas assumidas, peças herdadas e personalidade de sobra

Casa rima com cor e amor – André Nazareth
Julia Mendes é dona do atelier Lá na Ladeira, especializado em renovar peças e móveis antigos. Seu marido, o designer Marcos Faria, é um dos sócios da 6D studio, expert em mídia eletrônica. Estéticos por natureza, eles encontraram neste apartamento de cerca de 160 metros quadrados, da década de 1940, no alto da Gávea, no Rio de Janeiro, o espaço perfeito para ver a família crescer. “A luz é linda, o pé-direito, ou seja, a distância entre o piso e o teto, é alto e a sensação é deliciosa. Foi paixão à primeira vista”, conta ela. Mudaram-se para lá há tempos, quando as filhas Ana, 10, e Lia, 7, ainda eram bebês. Na época, mexeram pouco na planta, que já era generosa: um dos três quartos foi aberto para a sala, deixando a vista verde entrar sem cerimônia pelos amplos janelões voltados para a mata. No ano passado, quando a temporã Dora nasceu, resolveram fazer uma reforma mais radical, fechando parte do estar para criar um novo cômodo para as crianças.
“Conseguimos manter um ambiente de televisão integrado à sala, mas agora a Ana, pré-adolescente, tem o quarto somente para ela. E as duas menores ficam juntas. O legal é que usamos cada centímetro da casa, não há sobras nem excessos. De dia, os brinquedos se espalham e, à noite, tudo volta ao seu lugar. As meninas entendem que é preciso dessa harmonia para todos nós termos um convívio saudável.” 
Fã de cores e estampas, marcas registradas do Lá na Ladeira, atelier que montou junto com a irmã gêmea, Joana, há cerca de cinco anos, Julia trouxe esse clima lúdico e vigoroso para a decoração da casa. “Gosto de ousar no mix. Mas nunca pinto ou uso papel de parede no ambiente inteiro. Sempre sobram superfícies brancas para equilibrar e harmonizar com tanta vibração. Geralmente, fujo dos tons pastéis, prefiro os assumidos, com personalidade.” Mas Julia entende também que um apartamento espaçoso como o seu e banhado por luz natural permite usar cores por todos os lados. “Não indicaria isso para um apartamento pequeno e com pouca luz”, aconselha.
Em cada cantinho, há uma assinatura, uma lembrança de família, um presente de um amigo querido. E todas as peças se reúnem sem cerimônia criando ambientes confortáveis e alegres. Quem chega se sente imediatamente envolvido por essa atmosfera leve e convidativa. A vontade que dá é de sentar, se esparramar e entrar na brincadeira das meninas, que recebem com carinho e são pura simpatia. “Minha sala tem muitos móveis herdados, como o carrinho de chá da avó do Marcos e os sofás da casa dos pais dele. Acho que ambiente com tudo novo fica ‘falso’, gostamos da mistura, de reunir diferentes épocas e estilos. Afinal, somos isso tudo, não?”, reflete ela, que diz ter desenhado cada reduto de acordo com as necessidades da família. A moradora conta também que aos poucos vai trocando a cor das paredes e estofados, colocando quadros, almofadas e mantas. “São toques sutis, sem altos custos, que fazem a diferença no visual”, ela dá a dica. A sala de jantar ganhou atenção especial.
A parede é amarela – uma das suas cores prediletas –, a mesa tem tampo tipo pranchão, cercada de cadeiras de tonalidades diferentes. “A família é grande, os amigos são muitos e queríamos ter conforto para reuni-los. Com essa configuração, a festa fica do jeito que a gente gosta: sem hora para acabar”, brinca. Sua última e mais recente empreitada foi a montagem dos quartos das meninas. Com tantos tecidos bacanas no atelier, desenvolvidos com exclusividade pela artista plástica Bebel Franco, ela forrou paredes. Também tingiu os móveis e encaixou cestos de fibra embaixo da bancada – segundo ela, a forma mais prática de organizar os brinquedos sem investir em marcenaria. “Até os nichos da estante fiz com caixotes de feira pintados com uma cor forte. Quarto de criança tem que ser divertido, aconchegante e versátil. Elas mudam, os gostos variam, e acho importante poder acompanhar essas diferentes fases sem ter que gastar fortunas”, explica. Já na sua suíte, a parede azul é o canto do escritório, que funciona de forma improvisada, em uma escrivaninha antiga. “O azul me acalma. Não quis fazer uma bancada convencional para não pesar no ambiente. Aqui é o lugar de relaxamento, descanso e de pazzz…”

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