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Serenidade e sentido

As cores que nos rodeiam podem mudar nosso estado de espírito. E, a julgar pelos novos estudos, o mundo precisa tingir a casa pelo menos de mais significado e calma, o que pode ser traduzido em nuances de azul e tons naturais

Serenidade e sentido – Divulgação AkzoNobel
Indefinições econômicas, desconfiança política e insegurança nas ruas se combinaram em um cenário que definiu o gosto de muitos brasileiros no que se refere ao tom
que querem levar para casa. Pelo que os radares de tendência captaram – na moda, na beleza, na decoração –, boa parcela da população quer trazer bem para pertinho
a segurança, o conforto, a tradição. Há também uma preocupação em fazer dessa escolha algo durável, que se sustente por longo tempo. Exatamente como manda a
consciência ecológica.
Assim, o azul vem crescendo em popularidade e acaba invadindo a casa com seu sopro de quietude, paz e confiança, qualidades bem-vindas nesses tempos meio malucos que estamos experimentando. Afinal, a cor é presença constante em nosso cotidiano. E, se o bom uso dela pode alterar nossas emoções para o bem, como um
recurso dos mais acessíveis de que dispomos, por que não usá-la, não é mesmo? “Vida é cor. Quer mudar? Então mude a cor. Ela modifica a forma e imprime uma nova alma”, escreve Carlos Solano em seu livro Casa Natural (edição do autor).
Ao dar preferência a paletas suaves, como refletem algumas tendências detectadas pela Pantone, pelo Comitê Brasileiro de Cores (CBC), pela Luckscolor e pela
AzkoNobel (Tintas Coral), estamos sinalizando o desejo por mais leveza. “Esse leque de possibilidades é composto, especialmente, de cores líquidas, que variam
entre o azul e o rosa, fluidas como a aquarela”, define a presidente do CBC, Elizabeth Wey.
Respirar no azul
Eleito como tema predominante pelo Centro de Estética Global da AkzoNobel, a cor Mergulho Sereno, destaque da Coral para 2017, é uma nuance azul suave,
que representa calma, tranquilidade, a busca por simplicidade e conectividade. “É um pigmento fresco, revigorante, ao mesmo tempo versátil e clássico”, afirma
a holandesa Heleen van Gent, diretora do centro e porta-voz de assuntos referentes a tendências, cores, design de interiores e arquitetura da marca de tintas. “As pessoas estão precisando de serenidade. Querem algo mais sutil”, disse ela em uma apresentação recente em São Paulo.
O centro de estudos da cor destaca ainda como comportamentos afins ao atual momento, o novo romantismo, cuja paleta traz cores que criam um espaço
ideal para pausa e reflexão, o desejo de conceber um ambiente de trabalho mais receptivo (afinal, estamos trabalhando cada vez mais em casa) e a reinvenção do
luxo resumida por uma frase da estilista britânica Viviene Westwood: “Compre menos, escolha melhor e faça durar”.
Clean, leve, simples. Pode-se dizer que aquele quê de estilo escandinavo (tendência de 2016) continua, já que o azul e os tons de madeira clara característicos dos países nórdicos permanecem em cena. “Os tons claros, sombré, são uma alternativa ao branco. Ideal para quem leva uma vida acelerada”, explica Elizabeth Wey, que falou sobre as novas tendências de cores na última edição da Feitintas.
Com os pés no chão
À medida que desejamos bem-estar e ele está atrelado ao contato com o que é natural, é normal que os tons orgânicos, areia, beges queimados ou verdes (ecoconscientes) ganhem espaço, da mesma forma que as texturas de fibras. Tudo isso cria um efeito familiar, gostoso e que aquece ambientes muito frios.
A cor Lizard, espécie de marrom vintage, aposta da Luckscolor para o ano que vem, contempla essa busca por autenticidade e aconchego. Destaca-se em combinações com tons de mar m, barbante, off-whites amarelados e, para quem gosta de um pouco mais de brilho para ser feliz, metais dourados.
“Essa paleta atende um consumidor cada vez mais exigente que, em meio à vida agitada e repleta de informações, busca o equilíbrio entre o natural e o tecnológico, o real e o virtual”, diz Deise Melo, estilista de cores da Lukscolor. “Desconectar temporariamente do mundo digital em favor de um retorno ao básico, valorizar o tempo e ser capaz de filtrar o que realmente importa é a meta.”
Nunca tivemos tanto acesso a outras culturas como agora. E o lado bom dessa conexão na vida da casa é que despontam também cores de vibração intensa. Deslumbrantes, luminosas, solares. Expressão de um mundo que se expande. Antes de definir a cor da sua parede, no entanto, investigue a incidência de luz
sobre ela. Se recebe muito sol, a tendência é ficar mais clara do que o mostruário indica. Se, ao contrário, o ambiente for fechado, o tom poderá “escurecer”.

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