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Tela verde

Um jardim vertical não precisa, necessariamente, de espaço generoso para sua implantação. Pode ser pequeno, delicado, de baixo custo. Importante é que tenha charme, como os cinco projetos apresentados a seguir. Inspire-se e deixe a criatividade brotar para criar o seu

Plantas flutuantes – Arefyeva Victoria/ Shutterstock

Aquários de vidro suspensos por uma estrutura fixa podem resultar em um jardim bonito e original. E, também, prático de manter. Já optar por vasos cerâmicos que deixam ervas e temperos à mão é uma alternativa para quem quer aliar a beleza do verde ao prazer de cozinhar. Por outro lado, pendurar um quadro com suculentas em uma parede externa remete ao aconchego do interior da casa. O mesmo acontece com um painel de plantas feito a partir de um estrado de cama (nesse caso, o material empregado ainda é sustentável!). 

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Outra escolha amiga do meio ambiente é a que emprega placas de fibra de coco como suporte. São muitas as formas de embelezar a sua casa, seja na área interna ou externa, num espaço grande ou pequeno. Além de contribuir para o aumento da biodiversidade atraindo pássaros e borboletas.
Plantas flutuantes

Vidros redondos dão o tom a esse projeto assinado pela Oficina 2 Mais. As arquitetas Gabriela Tamari e Carolina Leonelli tinham uma varanda de 1,55 x 6 m de largura como cenário e a moradora queria mais vegetação. A saída foi ocupar o espaço aéreo, mas sem formar uma cortina de plantas que vedasse a iluminação da sala. Foi instalada no teto uma viga metálica de 3,5 m, que sustenta 20 cabos de aço pendurados em alturas diferentes (1,20 m e 1,65 m do piso). Nesses cabos, estão presos discos de metal – produzidos e vendidos pela dupla – que recebem os catorze vasos onde estão presentes minipapiro, peperômia limão, trapoeraba, antúrio, orquídea joia e confete – elas pedem, no máximo, três horas de sol e troca de água a cada quatro dias. “Mas, em tempos de seca ou mosquito da dengue, é melhor usar as bolinhas de gel para plantas. Hidrate-as semanalmente com ⅓ de copo de água e troque o gel a cada dois meses”, orienta Gabriela. “Esse jardim também pode ficar em ambiente interno, desde que seja ventilado e iluminado e pode até ter ar-condicionado, só não é recomendado montá-lo em ambientes externos com muito vento”, avisa a especialista.
Temperos sempre à mão
Para a proprietária deste apartamento, na hora de preparar uma refeição não existe nada melhor do que colher ervas orgânicas da sua própria horta. Sabendo disso, a paisagista Juliana Freitas, responsável pelo projeto, deixou à disposição o frescor e o aroma do manjericão, do alecrim e do tomilho. As ervas estão distribuídas em oito vasos que compõem o jardim vertical. “Para plantar, coloca-se argila expandida no fundo dos vasos, manta permeável e depois substrato com matéria orgânica”, esclarece Juliana. O suporte de cumaru (60 x 228 cm) foi fixado à parede com parafusos e buchas, enquanto as quatro prateleiras removíveis, do mesmo material, de 27 x 46 cm, ficam encaixadas nas réguas de madeira. A estrutura permite alterar a altura entre os vasos, conforme o crescimento da planta. “E a fácil locomoção das prateleiras para a cozinha, pois em dias de jantares especiais, a moradora gosta de levar a prateleira com os vasos de temperos e colocar sobre o balcão da cozinha”, complementa. Mas, é bom lembrar que o vigor das plantas depende do sol em abundância (no mínimo, quatro horas diárias) e de rega a cada dois dias. “Quem quer ter esse tipo de horta vertical precisa se lembrar de que temperos e ervas precisam de bastante luz solar. E elas não suportam o ar-condicionado”, avisa Juliana. Um mimo extra são as delicadas lavandas dispostas em vasos maiores sobre o piso.
Sintonia natural

Nesta varanda, Juliana Freitas criou um jardim vertical formado por três painéis de fibra de coco (0,80 x 2,30 m), com nove nichos cada um, emoldurado por uma antiga viga de peroba. “Ela tem a função de esconder as laterais do painel, mas quem preferir pode usar somente o painel de fibra de coco sem acabamento”, afirma. A moldura está fixada na parede e o painel de fibra fica preso a uma placa de madeira. As espécies foram plantadas nos nichos preenchidos com substrato para plantas e as escolhidas foram: peperômia, aspargo-pendente, orquídea chuva-de-ouro e cacto-macarrão – todas gostam de sol e precisam de rega pelo menos duas vezes por semana. “A fibra de coco é uma ótima alternativa ao uso do xaxim, em risco de extinção. E pode ser instalada em paredes, muros e fachadas. Porém, devido à umidade gerada nas regas, ela pode apodrecer após algum tempo. É possível que depois de dois anos seja necessário trocar o painel”, informa Juliana. Ainda de acordo com a paisagista, o uso desse jardim na área interna pode danificar as paredes que ficam constantemente úmidas. “Uma solução seria impermeabilizá-las muito bem”, esclarece. Além disso, é preciso levar em consideração a luminosidade, a ventilação e a irrigação adequadas. “De forma geral, o lírio da paz, a calateia e alguns tipos de samambaia podem ser usados”, indica Juliana.
Descanso para a natureza
Assim que alugou a casa onde mora, Bárbara Chiré ouviu a seguinte frase da proprietária: “Se puder, cuide das minhas plantas”, relembra a stylist infantil. O pedido foi uma ordem! A moça, além de dar atenção para as existentes, resolveu plantar outras. “Um dia, andando pela rua, vi um estrado de cama de casal descartado. A madeira estava em bom estado e logo pensei que poderia virar um belo painel verde”, conta. Mãos à obra, Bárbara pintou o estrado, de 1,30 x 1,90 m, com um fundo nivelador para uniformizar a superfície e melhorar o aspecto final da pintura e, depois, passou esmalte sintético. Foram necessárias nove cantoneiras metálicas para prender o estrado na parede da entrada da casa. Ganchos seguram os vasos de fibra de coco, do tipo meia-lua – o que permite a retirada e a troca de cada um deles de lugar. As espécies escolhidas pela stylist foram: hera, aspargo, samambaia-americana e cacto-macarrão. “Todas elas foram plantadas nos vasos com terra adubada e gostam de sol em abundância”, explica o jardineiro Severino Soares Silva, que ajudou Bárbara na empreitada. “Para a rega, foi instalado um temporizador. A peça é rosqueada a uma torneira com duas saídas. Dela sai uma mini-mangueira que, com a ajuda de braçadeiras, segue na altura dos vasos. Em cima de cada um deles, um gotejador se encarrega da rega programada. “Nesse caso, definida a cada doze horas”, diz a moradora. 

Um quadro vivo
O efeito do painel dependurado na parede é o mesmo de um quadro. Mas, na verdade, trata-se de uma caixa de madeira cumaru – um marceneiro dá conta do serviço – com 30 cm largura x 70 cm comprimento x 10 cm de profundidade e uma moldura de 15 cm de largura presa a ela. “Nela, plantei mais de trinta tipos de suculentas. Entre elas, rosa-de-pedra, ripsális, echevéria, kalanchoe, senecios e seduns”, diz Claudia Regina, proprietária do Ateliê La Calle Florida, em São Paulo, que assina este modelo. O quadro deve receber luz solar por cerca de duas horas diárias. “Mas não deve ficar em exposição ao sol do meio-dia, pois as suculentas podem queimar”, alerta a profissional. Com a peça protegida por verniz marítimo, é hora de plantar. Prenda com grampeador de estofador um plástico preto no fundo para conter a água. Sobre este, coloque uma placa de manta de lã de rocha basáltica do tamanho da caixa. Fixada nela, também com grampos, coloque tela de galinheiro que dará sustentação às mudas. “Em seguida, com uma tesoura, fure a manta. Tire o excesso de terra das suculentas e encaixe as mudas entre o telado, fixando-as com pedaços da manta”, explica. “Com o painel na horizontal, molhe a manta com adubo enraizador. Só coloque o quadro na vertical após 15 dias para dar tempo de as mudas enraizarem.” A rega, semanal, exige que o quadro esteja deitado. Uma vez por mês, inclua adubo NPK 10:10:10.