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A culpa é das estrelas?

Ao assumir a responsabilidade por nossa própria vida, paramos de acusar os astros – ou os outros – pelo que nos acontece e atuamos com maior eficiência

Oscar Quiroga, astrólogo – CARAS Digital
Quando não para de chover nos queixamos, quando não chove também, quando faz frio temos saudade do calor e quando faz calor reclamamos das altas temperaturas. Ou seja, há um descontentamento arraigado à consciência humana que é muito difícil de combater. Pode ser porque parece justo e legítimo focarmos no que nos falta como estratégia para nos movimentarmos pela vida afora e continuar conquistando terreno.
No entanto, é importante ressaltar que o contentamento não significa vivermos passivos diante das forças da natureza ou buscarmos nas estrelas e nas configurações planetárias as razões para tudo ser como é; nos declarando, assim, entidades
manipuladas por forças maiores do que nossa capacidade de dominá-las. 
É inegável que, em parte, somos o que somos porque as circunstâncias nos moldam. Somos produto do meio em que crescemos, da educação que nos foi transmitida – além, é claro, das inúmeras adversidades, tanto visíveis quanto invisíveis, como é o caso das
questões astrológicas.Resumindo, vivemos um paradoxo. Queremos ter confirmações genéticas ou em nosso passado ou nas misteriosas órbitas planetárias que expliquem o fato de sermos assim ou assado. Por outro lado, nos rebelamos contra essas possíveis ‘causas’ afirmando em nossas consciências que somos livres para decidir ser o que quisermos ser, independentemente das circunstâncias.
Nossa orientação sexual, por exemplo, é feita com base em fatores genéticos, astrológicos e eventos registrados na infância ou construída por meio de nossas livres iniciativas? Talvez nunca chegaremos a uma conclusão sobre até que ponto somos donos do nosso destino e até que ponto está tudo escrito. Fazer a reflexão, contudo, traz esclarecimentos e insights que nos fazem enxergar os limites das nossas decisões e o alcance verdadeiro dessas.
Um provérbio diz: “Os astros inclinam, mas não obrigam”. Há potenciais dos astros que se manifestam no cotidiano, mas podemos administrá-los ao ponto de não lhes permitirmos expressão. Devemos culpar as estrelas pela construção do nosso caráter e pelas enrascadas ou maravilhas em que nos envolvemos ao longo da existência? Eu não poderia ser nada além de comunicador, um explicador incessante de mistérios – sem isso, minha vida não faria sentido. Aqui há destino. Ao mesmo tempo, poderia ter escolhido explicar filosofia, química, física ou matemática. Mas decidi focar em astrologia.
Destino e liberdade se entrelaçam e equilibram o tempo inteiro. Podemos “culpar” as estrelas pelos traços de caráter referentes aos nossos signos – e que, vale dizer, assim como não podemos mudar de corpo, tampouco poderíamos mudar de signo. Há, entretanto, aspectos de nossa exclusiva responsabilidade, como o tipo de uso que faremos do corpo que temos e do signo que somos. Um geminiano, por exemplo, pode ser apenas indeciso ou tirar partido do fato de que tem a capacidade de ver as coisas por vários ângulos.

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