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Mais que abrigo

Acreditar que é possível superar a extrema pobreza no país é a base do trabalho da ONG TETO, que recruta jovens voluntários para a construção de moradias de emergência em comunidades carentes

Carolina Mattar – Divulgação

1- Por que o TETO aceita apenas jovens voluntários com idades entre 18 e 30 anos?

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Partimos da ideia de que não é difícil acabar com a pobreza no mundo se tivermos esperança, qualidade mais comum entre os jovens. Na juventude, as utopias são reais. O TETO permite que os jovens assumam um papel de responsabilidade, de verdadeiros agentes sociais. Eles costumam ter uma posição mais crítica e acreditam que podem mudar o mundo. Além disso, serão futuras lideranças no governo, no terceiro setor.
2- Como é o trabalho de construção nas  comunidades?
Selecionamos assentamentos realmente precários, onde as casas são de papelão e lona. Os voluntários se dividem para escutar as famílias e levantar as principais demandas da comunidade. Em geral, a moradia é um ponto marcante e, por isso, organizamos mutirões para erguer casas com painéis de madeira, um jeito rápido de construir sem hierarquia entre os estudantes e as famílias, que são as verdadeiras protagonistas dessas soluções coletivas e sustentáveis.
3- Recentemente, vocês lançaram uma campanha para colocar a pobreza na pauta dos noticiários. Por que essa decisão?
Falar da pobreza traz angústia, é difícil mesmo. O termo ficou meio banalizado, como se fosse um problema invisível. Faltam políticas para integrar essas famílias, e isso gera uma relação de muita distância do outro, do restante da sociedade. Mas, quando você conhece os rostos, quando tem um sorriso ou um abraço, começa a criar outra realidade. É nisso que acreditamos
CAROLINA MATTAR, diretora executiva do TETO, estudou relações internacionais na USP. No terceiro setor, trabalhou com educação ambiental e na Cruz Vermelha na Espanha. Aos 25 anos, ela não acredita em ativismo de sofá. Confia mesmo é na força de um abraço que aproxima e transforma vidas.