Cenas Urbanas: multiculturalidade para minimizar impactos sociais

O Brasil possui inúmeras expressões populares e jargões que, por vezes, geram algumas piadas que ridicularizam grupos minoritários, tornando-o conhecido como uma nação que recebe milhares de pessoas, mas tem dificuldades em acolher.

Em 2022, o País já superou a marca de casos de intolerância do ano passado só na cidade de São Paulo. Entre as principais estão: a homofobia, o feminicídio, a discriminação religiosa e o racismo.

Na contramão de tudo isso, o psicólogo e terapeuta, Alexandre Marcos Faria, também conhecido como Arabá Ifalerê Elebuibon Ifatokodê, filho da Casa Oxumarê, de Salvador, Bahia, Pai de Santo do grupo de umbanda Aprendizes do Amor, de Vila Velha, Espírito Santo, criou um movimento que vem ganhando o apoio de celebridades, tais como o padre Alfredo, o senador Fabiano Contarato, o ator Ailton Graça e a cantora Graça Cunha.

Sua proposta é promover debates sobre situações complexas, que ainda cercam a nossa sociedade. O programa Cenas Urbanas tem por objetivo trazer para a conversa, transmitida através de lives, assuntos dos mais diversos, como política, cultura, arte, sexualidade, ancestralidade, religião, direitos humanos e tudo que compõe este cenário, sempre com convidados envolvidos nestes temas.

Para a advogada Bruna Candido, essa é uma ação importante para o momento que vivemos. “É uma iniciativa inclusiva, de abordagens contemporâneas, provocativas e necessárias para a nossa evolução como ser humano”, pondera.

O idealizador Arabá conta um pouco do que pretende com seu programa. “O projeto tem como objetivo atender grupos em estado de vulnerabilidade, como LGBTQIAPN+, crianças com síndrome de Down, pessoas em estado de miséria, integrando-as e mostrando que, com o amor, nós podemos mudar pequenos universos particulares e, com isso, mudar algo maior”.

Para o DJ, produtor musical e radialista Patrick Torquato, participar de algo assim faz bem para todos. “É algo de grande valor, pois precisamos desmistificar alguns assuntos que ficam maquiados, e o contraste social é algo que precisa acabar. Precisamos democratizar e dar acessibilidade a todos, indiferente de credo, condição sexual e até de opção musical, pois a vida precisa ser vivida e sentida da melhor forma”.

Ifalerê revela como surgiu o conceito de toda esta iniciativa. “O projeto Cenas Urbanas começou online durante a pandemia, com a ideia de expor os contrastes que ocorrem diariamente por grupos minoritários e que acabam passando despercebidos, contando com o apoio de diversos profissionais para explicitar essas discrepâncias, que nos cercam todos os dias, e orientar aqueles que mais precisam”, finaliza.