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Quem é Exu, entidade homenageada no desfile da Grande Rio?
Quem é Exu, entidade homenageada no desfile da Grande Rio? – Foto: Wagner Meier/Getty Images

A escola de samba campeã deste ano no Rio de Janeiro, Grande Rio, vinda diretamente de Duque de Caxias, teve como um de seus principais destaques durante a grandiosa noite a interpretação de Demeson D’alvaro como Exu, entidade cultuada nas religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé.

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Durante o desfile que teve como enredo ‘Fala, Majeté! Sete chaves de Exu’, pudemos ver o ator pendurado em cima de um globo terrestre elaborado em tons terrosos, vestindo uma fantasia preta e vermelha com detalhes em dourado. A luz amarela iluminava seu rosto que se deliciava com a oferenda a sua frente.

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Quem é Exu, entidade homenageada no desfile da Grande Rio?

Exu é a entidade ligada a comunicação: o grande mensageiro guardião entre os seres humanos e as divindades.  Infelizmente, muitos associam sua imagem ao demônio cristão, o que não é verdade.

Como aponta a educadora da USP Lisandra Pingo, que concluiu um estudou sobre as características de Exu em 2018, “Padre José de Anchieta, por exemplo, trazia o ‘diabo cristão brasileiro’ diferente do ‘diabo cristão europeu’. O primeiro era visto como um ser debochado e zombeteiro, que se aproxima à figura do Saci”, exatamente como Exu, que tem a gargalhada e a verdade escrachada como algumas de suas principais características.

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Sidney Schimit Diniz, sacerdote de umbanda, associa a linha de Exu a uma tropa de choque, ou seja, àqueles que andam na linha de frente da proteção, mantendo a ordem, a calma e dando direcionamento a sua vida. “Exu trabalha com uma linha que contra-ataca tudo aquilo que atua de modo mais ríspido, violento, pesado, de maneira mais densa”. Em uma situação de risco, por exemplo, dizemos que é Exu a entidade que se coloca à frente do perigo, da adrenalina, do choque, protegendo-o.

Por fim, continua: “Exu gargalha daqueles que pensam que podem tudo, que fazem tudo acontecer, e dá risada na cara deles, sim, dizendo que não é bem assim que se faz. Eles sabem qual é a verdade, a realidade”.

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Exu na Marquês de Sapucaí

Hélio Bejani, coreógrafo da Grande Rio que estudou sobre os balés afros da Bahia falou sobre a presença de Exu na Marquês de Sapucaí e sobre a importância de representar a entidade de maneira consciente. Antes mesmo de entrar na avenida, lavou as mãos com uma água de ervas para garantir sua proteção.

“A importância de viver Exu na avenida foi uma coisa linda. Eu consegui mostrar que Exu não é o diabo. Exu é, sim, vida, são coisas boas. Exu não é o diabo, não está neste lugar”, disse Hélio em entrevista à Quem.

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“Se eu consegui mostrar um pouquinho da minha arte, dos meus estudos, na avenida e representar bem um orixá tão grande e tão magnífico quanto Exu, para mim não tem nem palavras.”, finalizou.

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