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Agosto Dourado: os benefícios da amamentação para mãe e filho na primeira hora de vida do bebê

No mês da conscientização sobre a importância do leite materno, entenda os benefícios da amamentação e conheça 5 dicas para ajudar o aleitamento

Os benefícios da amamentação para mãe e filho na primeira hora de vida do bebê
Os benefícios da amamentação para mãe e filho na primeira hora de vida do bebê – Pexels

Não há dúvidas sobre a importância do aleitamento materno para a saúde do bebê. Dados do Ministério da Saúde comprovam, inclusive, que mais de 820 mil crianças, anualmente, poderiam ser salvas se amamentadas entre 0 a 23 meses de vida. Porém, o que nem todos sabem é sobre a relevância de amamentar o recém-nascido em sua primeira hora de vida, a “golden hour”, como é conhecida.

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Relatórios do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o aleitamento materno logo após o parto beneficia não só a saúde do bebê, mas também a da mãe, além de contribuir com o vínculo afetivo entre ambos.

“Quando ocorre nas primeiras horas de vida, o aleitamento materno permite melhor adequação do recém-nascido à vida extrauterina, protegendo-o contra a hipoglicemia, facilitando a regulação da temperatura corporal e auxiliando na adaptação cardiopulmonar”, explica o médico Dr. Paulo Poggiali, pediatra e neonatologista da Rede Mater Dei de Saúde.

Benefícios da amamentação para a mãe

Para a mãe, os benefícios também são claros. “A amamentação estimula a liberação do hormônio ocitocina, especialmente importante no pós-parto, porque contribui com a contração uterina, reduzindo riscos de sangramento e hemorragia. Também auxilia nas reduções de sintomas de depressão e estresse fisiológico que podem acometer a puérpera”, afirma Poggiali.

Porém, para além dos benefícios imediatos, esse contato entre mãe e bebê na “golden hour”, pode ser uma promessa de sucesso para o futuro. “O aleitamento na primeira hora é importante para a continuidade da amamentação após a alta hospitalar. Cumpre papel essencial para estabelecimento de uma pega mamária adequada pelo bebê, tendo inclusive impacto importante na duração da amamentação em termos de meses ou anos de aleitamento materno”, explica o médico.

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A importância do Agosto Dourado

A indicação é que a mãe alimente o filho com leite materno até os 6 meses de idade e que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos. A medida é fundamental para reduzir a desnutrição, responsável por 45% das mortes infantis no mundo, segundo a OMS.

Nacionalmente, o Ministério da Saúde segue a recomendação da OMS, com resultados importantes acumulados nas últimas décadas. Em 1986, o percentual de crianças brasileiras com menos de 6 meses alimentadas exclusivamente com leite materno não passava de 3%. Atualmente, a amamentação exclusiva chega aos 46%, próximo à meta estabelecida pela OMS a ser alcançada até 2025. Além disso, seis em cada dez (60%) crianças são amamentadas até completar 2 anos de idade.

5 dicas para ajudar o aleitamento materno

1. Abordar o tema nas consultas pré-natais, tanto pelos obstetras como na consulta pré-natal com o pediatra, que deve ocorrer em todas as gestações, no último trimestre ou a qualquer momento se ocorrer alguma situação de anormalidade com o feto ou risco de prematuridade.

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2. Já na sala de parto, facilitar a pega adequada pelo bebê (na aréola e não nos mamilos), evitando ferir o mamilo e possibilitando extração adequada de colostro ou leite. Essa é uma ação essencial para garantir o sucesso da amamentação já nos primeiros dias e por muito tempo.

3. Respeitar o ritmo de mamadas e sono do bebê. Após as primeiras duas horas de vida, geralmente o bebê passa por um período de sonolência, um repouso pós-parto, essencial na adaptação à vida extrauterina. Esse momento deve ser respeitado. Querer acordar o bebê para mamar neste período traz geralmente insucesso na mamada e sentimentos de frustração ou insegurança aos pais, com risco de oferta desnecessária de fórmulas, comprometendo a continuidade na amamentação ao seio.

4. Tanto na sala de parto, no chamado ambiente PPP, quanto no alojamento conjunto, favorecer a interação mãe-bebê, mas também o repouso materno tem reflexos no sucesso da amamentação. O nascimento de um bebê ocorre geralmente em ambiente festivo, o que é muito natural. Mas o cuidado com o bebê, seguindo-se muitas vezes a um período de trabalho de parto demorado e mesmo para aquelas mães submetidas à cesariana, costuma ser muito cansativo. É bom que a mãe seja ajudada pelo pai, avó ou outra acompanhante e que tenha oportunidade de descansar nos períodos em que o bebê dormir.

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5. Estabelecida a amamentação, geralmente com mãe e bebê já em casa, é importante comparecer à chamada “consulta do 5º dia”, na qual pontos serão revistos na atenção ao bebê, incluindo então as dificuldades que porventura surgirem no aleitamento materno.