Finlândia: Veja como funciona a licença parental de 14 meses
A medida, que foi implementada em 2022, após reivindicações da população, também possibilita que um dos pais doe até 63 dias de afastamento remunerado para o outro

A medida, que foi implementada em 2022, após reivindicações da população, também possibilita que um dos pais doe até 63 dias de afastamento remunerado para o outro
Uma das principais preocupações das mulheres ao se tornarem mães é conseguir manter o trabalho, enquanto cuidam do novo integrante da família. Atualmente, existem leis por todo o mundo que garantem o direito do público feminino de se ausentar do emprego durante e após a gestação. No entanto, a Finlândia tem ganhado destaque por não somente proporcionar um período de licença maior para as mamães, como por incluir os papais.
No Brasil, a Constituição Federal determina 120 dias de licença-maternidade. Esse prazo, contudo, pode se estender por mais 60 dias para funcionárias de empresas participantes do Programa Empresa Cidadã. Já no caso dos homens, aqueles com carteira assinada, têm direito à licença-paternidade de cinco dias, iniciando após o nascimento de um filho.
Em contraposição, demonstrando avanços, a Finlândia garante um afastamento remunerado de 160 dias úteis para cada um. Assim, os pais possuem cerca de 14 meses para cuidar dos filhos. Além disso, o governo permite que um dos familiares transfira até 63 dias para o outro. Outro aspecto importante é a licença gestação, que beneficia a mulher com mais 40 dias de recuperação depois do parto. Os solteiros e os pais adotivos também têm direito ao afastamento. Ademais, os casais com gêmeos ganham mais 84 dias úteis.
O governo finlandês estabeleceu este modelo em 2022, sob a liderança da primeira-ministra Sanna Marin. A mudança, que fez parte de um pacote de reformas sociais, teve como objetivo fazer com que os pais pudessem se ajudar durante esse processo. Ela surgiu em meio às reivindicações da população por direitos iguais.
“Não existe diminuição do salário, nem nada do tipo. É um benefício, literalmente, como a licença maternidade no Brasil. Além disso, não tem essa cultura de você demitir a pessoa depois da licença”, explicou Alessandra Leone, gerente de talentos da Work in Finland, ao ‘G1‘. Além disso, a especialista ressalta que, no período do afastamento, as empresas contratam trabalhadores temporários para substituir os ausentes.