Publicidade

Herdeira austríaca procura 50 pessoas que lhe ajudarão a doar R$ 133 milhões

Marlene Engelhorn, ativista e parente do fundador da empresa química alemã BASF, pretende doar cerca de 90% de sua fortuna com a ajuda dos cidadãos

Herdeira austríaca procura 50 pessoas que lhe ajudarão a doar R$ 133 milhões
Herdeira austríaca procura 50 pessoas que lhe ajudarão a doar R$ 133 milhões – Reprodução/YouTube/TEDx Talks

O nome de Marlene Engelhorn vem sendo estampado nos jornais de maior prestígio do mundo. Isso porque a austríaca de 32 anos, nascida na cidade de Viena, decidiu ir na contramão dos seus familiares, aliás, na contramão da maioria das famílias super-ricas, e doar grande parte de sua fortuna.

Publicidade

Marlene Engelhorn é nada menos que a herdeira de Friedrich Engelhorn, o fundador da empresa química e farmacêutica alemã de renome BASF. Com a morte de sua avó, em setembro de 2022, Marlene passou a receber a alta quantia. Quando faleceu, aos 94 anos, Traudl Engelhorn-Vechiatto, avó de Marlene, tinha uma fortuna avaliada em 2,4 bilhões de euros. Parte foi para a neta em questão.

“Herdei uma fortuna e, portanto, poder, sem ter feito nada para isso […] E o Estado nem quer impostos sobre isso.”, disse Marlene a BBC, que luta contra a decisão do governo, tomada em 2008, de abolir o imposto sobre as heranças na Áustria. Este é um dos poucos países da Europa que não cobre a taxa.

Herdeira seleciona 50 pessoas para decidir futuro do dinheiro

A ideia de Marlene Engelhorn é reunir um grupo de pessoas da Áustria, que lhe ajudarão a decidir o futuro da herança. Serão doados 25 milhões de euros, algo bem próximo a 133 milhões de reais, considerando a cotação atual. Vale lembrar que, mesmo antes do falecimento de sua avó, sabendo que parte do valor seria destinado a ela, Marlene anunciou que doaria, ao menos, 90% da herança.

No dia 10 de janeiro, Engelhorn enviou 10 mil convites pelo correiro, aleatoriamente, para cidadãos austríacos. Os que tiverem interesse em permanecer no grupo, deverão se inscrever por telefone ou online. Ao final do processo, 50 pessoas serão selecionadas para participar de um conselho.

Publicidade

“Se os políticos não fazem o seu trabalho e não redistribuem a renda, então eu mesma terei de redistribuir a minha riqueza […] Muitas pessoas lutam para sobreviver com um emprego e pagam impostos sobre cada euro que ganham com o trabalho. Vejo isso como um fracasso da política e, se a política falhar, os próprios cidadãos terão de lidar com isso”, disse Marlene, justificando sua iniciativa.

Os selecionados participarão de reuniões durante os meses de março, abril, maio e junho, para discutir questões sociais. As reuniões serão conduzidas por Marlene, além de acadêmicos e organizações sociais que também lutam por políticas públicas mais igualitárias e menos privilegiadas. A cada final de semana, os participantes presentes receberão 1200 euros.

Caso o grupo não chegue a uma decisão que valorize o senso comum, o dinheiro retornará para Marlene. A equipe da herdeira também não informou quanto dinheiro ela guardará para si após a doação.

Publicidade