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Na Bahia, pães “mumificados” da 2ª Guerra Mundial são encontrados em escavação arqueológica

Pesquisadora que participou do caso afirmou que encontrar pães preservados há 80 anos é um acontecimento muito raro na arqueologia

Na Bahia, pães "mumificados" da 2ª Guerra Mundial são encontrados em escavação arqueológica
Na Bahia, pães “mumificados” da 2ª Guerra Mundial são encontrados em escavação arqueológica – Foto: Reprodução/UNEB

Como um pão mumificado pode dizer tanto sobre a relação do Brasil com os países que tiveram participação ativa na 2ª Guerra Mundial? Arqueólogos encontraram pães durante uma escavação no sítio arqueológico Garimpo Prateado, localizado na cidade de Campo Formoso, ao norte da Bahia, que datam da década de 30 ou 40, aproximadamente – somando 80 anos.

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A equipe do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (LAP) do Departamento de Educação (DEDC) do Campus VII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) foi a responsável pela descoberta.

O Garimpo Prateado, localizado em área rual e semiárida, apesar de reunir artigos importantes para a história nacional, foi pouco explorado. Durante a 2ª Guerra Mundial, ocorria no local a mineração do cristal de quartzo, importante para a tecnologia de comunicação, sobretudo para os Estados Unidos, para quem o Brasil comercializava. Nesse período, o país vivia sob regime de Getúlio Vargas.

Os pães mumificados, conservados até hoje por uma mistura de sedimentos e cinzas do forno em que foram preparados, foram encontrados em uma área que constitui a padaria do garimpo. Outros artefatos foram encontrados no que seria um acampamento para os mineradores, como restos de garrafas, remédios para tosse e gripe e utensílios para casa.

“Pães de cestos” mumificados

Cristiana Santana, professora da UNEB e coordenadora da pesquisa, confessou ao portal de notícias G1 que pães mumificados com mais de 80 anos são considerados muito raros na arqueologia. É importante notar que os pães encontrados nas escavações se parecem muito com os pães que ainda são comercializados na região, como o “pão de cesto”, também chamado de “pão amassado por pés”.

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Joyce Avelino, uma das pesquisadoras envolvidas no projeto, afirmou que, apesar de amplo, o garimpo não contava com tecnologias avançadas para a época, ou seja, o minério era retirado a partir de ferramentas de ferro improvisadas. As atividades terminaram no Garimpo Prateado após surto de meningite.