Vacina contra COVID-19: Pesquisadora brasileira fala sobre estratégia abordada pelo país para desenvolver a fórmula contra o vírus
Especialistas do Instituto Butantan decidiram combinar técnicas da biotecnologia para compor a fórmula da vacina
Especialistas do Instituto Butantan decidiram combinar técnicas da biotecnologia para compor a fórmula da vacina
Diversos lugares do mundo estão lutando contra o tempo para desenvolver a vacina contra o novo coronavírus o mais rápido possível e não está sendo diferente no Brasil.
Pesquisadores do Instituto Butantan decidiram combinar técnicas da biotecnologia para compor a fórmula. O intuito dela será induzir no organismo diferentes tipos de resposta imune contra o vírus da COVID-19 (Sars-CoV-2).
“Para essa abordagem, juntamos duas estratégias diferentes que já vínhamos utilizando no desenvolvimento de vacinas contra outras doenças. A nova técnica permite que as formulações contenham uma grande quantidade de um ou mais antígenos do vírus em uma plataforma fortemente adjuvante, induzindo uma resposta imune mais pronunciada”, disse Luciana Cezar Cerqueira Leite, pesquisadora do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto Butantan, ao portal Galileu.
Sobre as pesquisas, a especialista pontuou: “No mundo todo, e aqui no Brasil também, estão sendo testadas diferentes técnicas. Muitas delas têm como base o que já estava sendo desenvolvido para outros vírus, como o que causou o surto de Sars em 2001. Esperamos que funcionem, mas o fato é que ninguém sabe se vão realmente proteger. Neste momento de pandemia, não é demais tentar estratégias diferentes. A nossa abordagem vai demorar mais para sair, mas, se aquelas que estão sendo testadas não funcionarem, já temos os planos B, C ou D”.
QUAL É A DIFERENÇA DAS OUTRAS VACINAS?
A maioria das vacinas conhecidas são chamadas de vacinas celulares e feitas com o patógeno morto ou atenuado. Ao serem injetadas no indivíduo, elas têm o intuito de promover a resposta imune contra o microrganismo com anticorpos específicos, sem sofrer as consequências da doença.
Isso faz com o que o indivíduo crie uma “memória de combate” contra um determinado patógeno.
“As vacinas celulares são formas simples, e com frequência eficazes, de se obter um imunizante, porém, essas abordagens nem sempre funcionam, principalmente para patógenos com grande variabilidade antigênica ou organismos mais complexos, com mecanismos de evasão do sistema imune mais sofisticados”, disse a pesquisadora.
A estratégia do Instituto é apostar em uma vacina acelular, combinando duas estratégias diferentes para o desenvolvimento dela, auxiliados pelas técnicas da biotecnologia.