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”Não é doença”, diz neurocientista sobre o que acontece no cérebro de um homem que agride a mulher

O PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu falou da perspectiva científica sobre o que acontece na mente de uma pessoa que comete este tipo de crime

Neurocientista explicou o que acontece no cérebro de um homem que agride a mulher – Pexels/ Keira Burton

Na noite do último domingo, 11, vídeos de DJ Ivis caíram na web mostrando-o agredindo a companheira, Pamella Gomes de Holanda. Ela publicou as imagens em seus stories do Instagram mostrando uma série de vídeos em que aparece sendo atacada com tapas, socos e chutes por eles. Em um deles, ela chega a ser agredida quando está próxima e até segurando a filha de nove meses do casal.

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Momentos depois, o DJ também compartilhou vídeos com a mulher tentando agredi-lo, além de exibir um boletim de ocorrência feito em março. À polícia, ele afirmou ter discutido com a mulher e que estava “constrangido” e “com medo do comportamento desequilibrado” de Pamella.

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Mas, o que acontece no cérebro de um homem que toma uma atitude dessas?

Segundo o PhD, neurocientista, neuropsicólogo e biólogo Fabiano de Abreu, as disfunções em regiões específicas do cérebro resultam em atitudes incoerentes.

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Não é doença, portanto é cabível de punição e não é desculpa para a ação. Este comportamento agressivo pode ter gatilho genético, com propulsão derivado de traumas na infância, ambientais ou disfunções do sistema límbico devido a fatores emocionais que aumentam a probabilidade com a intensidade da ansiedade”, disse. 

Fatores culturais e educacionais influenciam neste comportamento

Além disso, Fabiano explica que fatores como culturais, educacionais, e relação com a falta de conhecimento sugerem ações emocionais e incoerentes. “Por mais que a pessoa tenha fatores que interferem nessas disfunções, através da plasticidade cerebral é possível balancear e aprimorar a conexão do córtex pré-frontal, região racional do cérebro com o sistema límbico, região do lobo temporal relacionado com o sistema emocional”.

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Outro detalhe que precisa ser observado é que o “desequilíbrio entre os estímulos límbicos ascendentes e os mecanismos pré-frontais de controle descendentes resultam em comportamentos impulsivo-agressivos. A informação é modulada por fatores culturais e sociais e pode ser distorcida por déficits de processamento que pode ser influenciada por esquemas negativos secundários ao estresse do desenvolvimento, traumas ou experiências negativas duradouras. Assim como o uso abusivo de álcool e/ou drogas”, acrescenta o neurocientista.

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Vale lembrar que alguns tipos de transtornos podem estar envolvidos com neurotransmissores. “Como a serotonina, dopamina, a noradrenalina, entre outros, eles estão envolvidos no equilíbrio entre os impulsos ascendentes e o controle descendente resultantes de estimulação aversiva ou provocativa”. Abreu orienta ainda que “as pessoas que possuem comportamento agressivo com ataques de fúria precisam procurar ajuda profissional para que, com terapia ou até mesmo uso de psicofarmacológicos possam evitar comportamentos que causem danos a si ou a sociedade”, completa.

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