Controlar o estresse ajuda a prevenir doenças? Médica explica

A irritação pode afetar a saúde mental, desregula a função hormonal e vários outros processos do organismo, afirma a médica endocrinologista Jacy Alves

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O estresse pode afetar a saúde mental, desregula a função hormonal e vários outros processos do organismo, afirma a médica Jacy Alves – Pexels/Andrea Piacquadio

A sensação de esgotamento constante, o sono que não recupera do cansaço e a irritabilidade fora do comum não são apenas reflexos de uma rotina agitada, eles podem ser sinais de estresse crônico. De acordo com a médica endocrinologista Jacy Alves, esse estado de tensão contínua influencia diretamente o equilíbrio hormonal e compromete o bom funcionamento de diversos sistemas do corpo.

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Destaque da edição de abril da revista científica do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito, a especialista abordou os efeitos fisiológicos da inquietação de forma ampla. “O estresse crônico desregula os eixos hormonais, principalmente o  hipotálamo-hipófise-adrenal, afetando desde a imunidade até a produção de neurotransmissores essenciais como a serotonina e a dopamina”, explica.

Estresse e saúde física: mais do que cansaço

Esse sentimento, no entanto, deixa de ser pontual quando impacta a saúde. Assim, os sintomas mais comuns são: insônia, fadiga, ganho ou perda de peso, distúrbios gastrointestinais, dores de cabeça recorrentes e queda de cabelo. “A impaciência contínua interfere na sensibilidade à insulina, o que pode favorecer o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Existe também impacto direto na função tireoidiana, podendo tanto suprimir quanto exacerbar sua atividade, dependendo da predisposição do indivíduo”, alerta.

Em situações de assim, o organismo libera cortisol em níveis elevados. Em excesso, esse hormônio compromete o funcionamento do metabolismo, prejudica o sono, reduz a libido e interfere na memória e na concentração.“Quando a irritação se prolonga, o corpo entra em um estado de alerta constante que prejudica a regulação hormonal e afeta a produção de neurotransmissores que controlam humor, apetite e energia. Esse desequilíbrio contribui diretamente para quadros de ansiedade e depressão”, detalha.

A mentalidade como parte da saúde endócrina

Ademais, a conexão entre o emocional e o físico é direta. Não à toa, a medicina vem adotando abordagens cada vez mais integradas no cuidado com o paciente. A saúde hormonal, por exemplo, não pode ser tratada isoladamente da mental. “Reconhecer os sinais cedo e buscar apoio são atitudes que podem evitar o agravamento de disfunções hormonais causadas por estresse. Isso inclui desde a prática de atividade física regular até o acompanhamento psicológico”.

O controle da impaciência não se resume a momentos de relaxamento esporádicos, ele envolve mudanças reais no estilo de vida, consciência sobre os limites do corpo e compromisso com o próprio bem-estar. Em sua contribuição à revista CPAH, a Dra. Jacy Alves reforça a importância da prevenção como ferramenta clínica.

“Quando falamos em longevidade saudável, estamos falando de escolhas diárias. O estresse precisa ser tratado como uma questão de saúde pública, porque ele é”, afirma.

*Fonte: assessoria

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