Tontura pode ter origem neurológica e sinalizar alterações no cérebro; saiba mais
Nem toda tontura está relacionada ao labirinto ou à pressão arterial; causas neurológicas exigem atenção e diagnóstico precoce

Nem toda tontura está relacionada ao labirinto ou à pressão arterial; causas neurológicas exigem atenção e diagnóstico precoce
Tontura é uma queixa comum nos consultórios médicos, mas nem sempre tem origem no labirinto ou na pressão arterial. Em alguns casos, pode ser sintoma de alterações neurológicas importantes, envolvendo o cérebro ou a medula espinhal. Segundo o neurocirurgião Dr. Felippe Saad, do Hospital Albert Sabin ( HAS), identificar a causa exata é essencial para o tratamento adequado.
“Tonturas de origem neurológica costumam vir acompanhadas de outros sinais, como alterações na fala, fraqueza muscular, perda de coordenação, formigamentos ou visão dupla. Esses sintomas devem acender um alerta para a investigação de doenças no sistema nervoso central, como AVC, esclerose múltipla ou tumores”, explica o especialista.
Ao contrário das vertigens periféricas, que geralmente têm evolução benigna e estão relacionadas ao ouvido interno, as tonturas centrais exigem avaliação urgente e exames complementares, como ressonância magnética. O diagnóstico precoce pode evitar sequelas graves.
O tratamento depende diretamente da causa identificada. “Em alguns casos, usamos medicamentos específicos para controle dos sintomas, como anticonvulsivantes, corticoides ou imunossupressores. Em outros, é necessário tratar a doença de base com fisioterapia neurológica, reabilitação vestibular ou, em situações mais complexas, cirurgia”, afirma Dr. Saad.
A intervenção cirúrgica pode ser indicada quando a tontura está relacionada a tumores cerebrais, malformações vasculares ou compressões de estruturas neurológicas. “Nestes casos, a cirurgia é fundamental para aliviar a pressão sobre áreas do cérebro ou corrigir alterações estruturais que causam os sintomas”, complementa.
“O primeiro passo é não ignorar os sinais. Tontura recorrente, com duração prolongada ou acompanhada de outros sintomas neurológicos, deve ser investigada o quanto antes”, reforça o médico.
* Fonte: Assessoria do Hospital Albert Sabin