Pesquisadores descobrem novo exame para diagnosticar o autismo aos 16 meses de vida

Através de rastreamento ocular, a Avaliação EarliPoint pode identificar o Transtorno do Espectro Autista em crianças de 16 a 30 meses

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Através de rastreamento ocular, a Avaliação EarliPoint pode identificar o autismo em crianças de 16 a 30 meses – Pexels/Polina

De acordo com um levantamento, divulgado pelo Centers for Disease Control and Prevention, existem, ao menos, seis milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Além disso, por conta da falta de conhecimento sobre o tema, muitos receberam um diagnóstico tardio, o que afeta o desenvolvimento cognitivo e social. Entretanto, um novo exame, desenvolvido pela EarliTec Diagnostics, pode indicar o autismo em crianças de 16 a 30 meses.

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Descoberta antecipa diagnóstico de autismo

A Avaliação EarliPoint faz uso de uma tecnologia de rastreamento ocular para identificar comportamentos relacionados ao TEA. “Consiste na apresentação de uma sequência de vídeos infantis, enquanto um computador rastreia 120 vezes por segundo os movimentos oculares. A inteligência analisa para onde o olhar é direcionado em cada cena e compara com os padrões de jovens típicos da mesma idade”, explicou a especialista Tatiana Serra, ao portal ‘Novo Momento‘.

Para testar a eficácia do novo exame, os profissionais contaram com o apoio de 120 famílias, que participaram do estudo MEASURE-ASD. Como resultado, muitos integrantes já saíram com o diagnóstico e orientações de como seguir. Desta forma, após a Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador dos EUA, aprovar o método, o país passou a implementá-lo.

Os estudiosos, contudo, apontam que o exame não exclui a necessidade de uma opinião médica. “É importante ressaltar que, mesmo com esses avanços tecnológicos, o sistema atua como uma ferramenta de apoio. Ele não substitui o diagnóstico clínico final, sendo fundamental a avaliação do profissional que acompanha a criança”, explicou a psicóloga Lívia Bomfim, ao portal ‘D24am‘.

Desta forma, a técnica funciona como uma forma de mediação mais objetiva e que acelera a identificação do transtorno. “Sistemas tecnológicos inovadores como este representam um importante avanço na democratização do acesso à saúde, permitindo que famílias, parentes e cuidadores obtenham diagnósticos precoces para crianças dentro do espectro autista. Esta tecnologia é especialmente significativa pelo potencial de poder contribuir na redução do tempo de espera pelo laudo definitivo, impactando positivamente a vida de milhares de famílias”, afirmou.

*Texto feito sob supervisão de Helena Gomes