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Na medida de cada um

Com adaptações estratégicas, as roupas de Silvana Louro respeitam o estilo de vida e o biotipo de pessoas com alguma necessidade especial

Silvana Louro – Arquivo pessoal
Vestir uma blusa ou abotoar uma calça podem ser tarefas das mais trabalhosas, quase impossíveis, para quem tem algum tipo de necessidade motora especial. Pensando no conforto e na autonomia dessas pessoas, a estilista fluminense Silvana Louro criou há dois anos a Equal Moda Inclusiva, destinada a cadeirantes, deficientes visuais, pessoas com paralisia cerebral, síndrome de Down ou qualquer outra mobilidade reduzida – conceito bastante difundido fora do país. Foram cinco anos de pesquisas
que envolveram conversas com o público-alvo e com fisioterapeutas, além de aprofundamento na modelagem ergonômica. O resultado são coleções funcionais, criativas e cheias de estilo, comercializadas exclusivamente pela loja virtual. Conheça, a seguir, os detalhes desse belo trabalho.
Como surgiu a ideia de criar roupas para pessoas com necessidades especiais?
Anos atrás trabalhei com o professor de educação física Sérgio Castro, da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, referência em esportes adaptados. Convivendo com paratletas iniciantes e de alta performance, observei as dificuldades que eles tinham para se vestir. Conversando sobre isso, surgiram diversas informações de um mundo paralelo e muito interessante. Percebi que o projeto ajudaria muita gente.
Que aspectos devem ser levados em conta na hora de criar uma moda inclusiva?
Conforto é o principal. Ser funcional e proporcionar o máximo de autonomia possível também. Faço questão de ter uma linguagem de moda, com design e beleza, além de tecidos macios e aviamentos facilitadores. Gosto de pensar que o cliente terá sua autoestima fortalecida, percebendo que a moda também é para ele.
Como os clientes têm recebido a ideia?
Primeiro ficam surpresos, depois gostam muito, elogiam. O feedback é emocionante. Muitos deles têm o hábito de customizar suas roupas e me dão muitas outras ideias também. A troca é constante. Eles precisam demais dividir suas experiências, e isso é enriquecedor para mim. Também vendemos os mesmos modelos (livres de adaptações) para pessoas sem deficiência afim de ressaltar a proposta inclusiva.
Confira algumas adaptações fora de série:
• Bolsos traseiros são removidos das calças destinadas a cadeirantes, pois machucam.
• Aberturas laterais com zíperes facilitam a colocação da peça.
• O cós mais alto evita que o tecido recue na parte que cobre a lombar e dá mais segurança ao usuário.
• Saias e vestidos são mais compridos para que, uma vez a mulher sentada, não quem curtos demais.
• O excesso de tecido no abdômen é minimizado para evitar que a região que com aspecto “embolado”.
• Etiquetas em braile permitem que de cientes visuais possam identificar as cores das roupas.
• Botões imantados e blusas com zíperes nos ombros auxiliam pessoas com mobilidade reduzida.
EQUAL MODA INCLUSIVA
Tel. (21) 2617-6167

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