Fome emocional: entenda o que é, como funciona e como contê-la
Diferente da fome fisiológica, a emocional não traz sensação de saciedade e pode gerar compulsão, de acordo com a personal trainer e nutricionista Sol Meneghini

Diferente da fome fisiológica, a emocional não traz sensação de saciedade e pode gerar compulsão, de acordo com a personal trainer e nutricionista Sol Meneghini
Por questão de sobrevivência, comemos diversas vezes por dia ao longo de refeições como o café da manhã, o almoço e o jantar. No entanto, sem perceber, às vezes buscamos algum alimento por causa de uma fome diferente, que não é relacionada às nossas necessidades físicas. Segundo a personal trainer e nutricionista Sol Meneghini, essa é a chamada fome emocional.
“A fome emocional, como o próprio nome indica, ocorre quando a pessoa come diversos alimentos a partir de suas emoções e sentimentos aflorados, como alegria, tristeza, medo e preocupação”, descreve Sol.
“Não é uma fome real. É aquele momento que você abre a geladeira e pega o primeiro doce que vê pela frente. É uma espécie de alívio instantâneo para tentar fugir dos sentimentos negativos – afinal, descontar na comida é um atalho simples e prazeroso”, sintetiza a profissional.
Os alimentos consumidos durante a fome física e a fome emocional costumam variar, de acordo com a especialista.
“Na fome emocional, optamos por doces variados, chocolates, sorvetes, refrigerantes e alimentos industrializados. Já na fome física, você procura saciar a necessidade fisiológica do organismo. Isto é, prefere refeições mais saudáveis, como arroz, feijão, fonte de proteínas e vitaminas”, aponta.
Essa busca descontrolada por comida, por mais que seja inconsciente, faz com que se coma mais do que o corpo consegue absorver. Por conta da realidade em que vivemos, no contexto da pandemia do coronavírus, essa prática tem se tornado cada vez mais comum.
“Com o distanciamento social e a chegada do inverno, muita gente lidou com as mudanças no cotidiano e a preocupação com a doença descontando na comida”, acrescenta.
Para notar a diferença entre os dois tipos de apetite, existem alguns truques. “A fome física é percebida por alguns alarmes internos, como o estômago que ronca. Além disso, a fome aumenta gradualmente e, após se alimentar, você sente prazer e bem estar. Na fome emocional, o apetite surge do nada. Depois da refeição, você não se sente saciado, o que desencadeia sensação de culpa e frustração.”
Se a alimentação motivada por emoções se tornar frequente, ela pode causar riscos à saúde. As consequências costumam ser o ganho de peso, obesidade, colesterol alto e diabetes. Geralmente, a saúde psicológica também é prejudicada.
A personal trainer indica algumas atitudes que podem ajudar a controlar a fome emocional. “Ocupe seu tempo com outras atividades que te proporcionam prazer como exercícios, ler livros, passear, técnicas de meditação. Alguns hábitos saudáveis também são super bem-vindos, como uma boa noite de sono”, recomenda Sol.
“Dependendo do impacto emocional que esses sentimentos relacionados à comida estejam acontecendo, existe a possibilidade de desenvolver compulsão alimentar e outros transtornos, como ansiedade e depressão. É necessário buscar ajuda profissional para tratar esse quadro”, completa.