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Chalé é projetado com mínimo impacto ambiental e princípios do feng shui – LUCIA BRAGA

Este chalé é muito mais
que uma simples casa no campo. Primeira construção comunitária a ser erguida
nas dependências da ecovila Espaço Flor das Águas, em Cunha (SP), segue
conceitos de sustentatibilidade. E o que pode parecer missão impossível para os
mais urbanos: seus proprietários moram aqui e, mesmo afastados da metrópole,
continuam exercendo suas atividades profissionais normalmente. Totalmente
conectados com o mundo e com a comunidade local – hoje, o núcleo espiritualista
e ecológico já abriga 16 pessoas – Denis, designer de multimídia, e Zaida,
arquiteta, mestre em feng shui e designer de sustentabilidade, atendem clientes
no país e fora dele. A vantagem é que usam todos os recursos tecnológicos
disponíveis, mas também usufruem dos benefícios de uma casa que tem por
princípio respeitar o meio ambiente. Optaram por mudar-se para cá com a filha,
Ananda, 9 anos, depois de familiarizados com esse modo de vida. “Desenvolvi
projetos de comunidades sustentáveis nos Estados Unidos e na Escócia. E foram
essas experiências que inspiraram eu e meu marido a construirmos uma moradia de
baixo impacto”, conta a proprietária. A cidade de Cunha foi escolhida não só
por sua natureza exuberante mas porque a ecovila tocou o coração da família. E
no início desse ano criou uma área residencial.

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“Eu me identifiquei com o
Espaço Flor das Águas porque ele oferece práticas diárias de meditação, retiros
ligados ao autoconhecimento, música devocional, ioga, serviço voluntário e
autossustentabilidade”, diz Zaida. Outra promessa de satisfação que a mudança
de vida incluía era a alegria do casal em assinar uma construção juntos. Foi o
empurrãozinho que precisavam: a casa ficou pronta em quatro meses! Primeiro
fizeram um estudo energético, baseado no mapa cosmológico (que mostra como as
energias do cosmos se conectam no local). “A partir daí, determinamos a
localização exata do chalé no terreno. Assim, o ângulo de implantação contempla
energias harmônicas de sucesso nas relações e nas finanças”, explica a
moradora. Outros conceitos estabelecidos no feng shui, como as cores
decorrentes das curas específicas para cada área da residência, também foram
levados em consideração. E a disposição dos ambientes foi definida, para
maximizar a energia vital e otimizar a elétrica, de acordo com a orientação
solar. O posicionamento das janelas, além de perfeita ventilação, favorece a
vista do entorno. Já os materiais priorizados foram os disponíveis na redondeza
e originários de demolições. Ou aqueles que quando extraídos causem o mínimo
impacto na natureza. A madeira utilizada é um exemplo disso. Reaproveita sobras
empregadas na construção da própria ecovila. O bambu, considerado
autossuficiente, veio da redondeza e, após receber tratamento atóxico contra
pragas, foi lixado com palha de aço.

Os vidros vieram de lojas
que vendem materiais de demolição. E as telhas são de fibra de celulose
extraída de papel reciclado. Tudo escolhido para não agredir o meio ambiente.