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São João, são João, acende a fogueira…

Chega o mês de junho e, com ele, a hora de dançar quadrilha, tomar quentão e também conhecer a história do mais festeiro dos santos padroeiros. João Batista foi um profeta em sua época e batizou Jesus Cristo no rio Jordão

Festa Junina – Shutterstock
Dos santos das festas juninas, são João talvez seja o menos conhecido. Antônio é o famoso casamenteiro, Pedro, o apóstolo de Jesus e guardião da chave do céu, e João? Quem foi o santo que, nas bandeiras dos mastros, é sempre representado ainda jovem, segurando o carneiro?
João Batista é um personagem importante da Bíblia. “O Novo Testamento descreve as pregações e os batismos que ele realizava à margem do rio Jordão, em Israel, e que atraíam inúmeros fiéis. Um dos batizados foi o próprio Jesus Cristo”, diz o teólogo e escritor Ed René Kivitz, de São Paulo. Ainda segundo os escritos sagrados, João era um eremita e vivia numa gruta no deserto.
No ritual de mergulho nas águas do rio, que ele chamava de Batismo de Arrependimento, João insistia que os judeus fizessem penitência e se preparassem para a iminente chegada do messias – o Cordeiro de Deus. Por isso, sua associação com o filhote de carneiro. “João foi um líder espiritual de grande expressão em sua época”, continua o teólogo Ed Kivitz. “É considerado o primeiro profeta de Israel depois de um lapso de 400 anos sem profetas.”
Por ser filho de Isabel, prima de Maria, João Batista era também primo de Jesus em segundo grau. Sua história teve um final trágico. Degolado, sua cabeça foi oferecida numa bandeja para Salomé, filha do imperador Herodes. Onze séculos depois, na Idade Média, o santo se tornou popular quando os cavaleiros hospitalários e templários – guerreiros cristãos que defendiam Jerusalém dos muçulmanos – o adotaram como patrono.
“São João, acende a fogueira do meu coração.” A alusão ao fogo na letra dessa canção popular também tem origem na Bíblia. Segundo se narra, Maria e Isabel, grávidas ao mesmo tempo, combinaram que a primeira a ter o bebê avisaria a outra, acendendo uma fogueira que pudesse ser avistada a distância no deserto da Judéia, onde viviam. Santa Isabel foi a primeira a acender o fogo, quando nasceu João.
É por isso que hoje as fogueiras são parte fundamental dos festejos do dia 24 de junho, assim como os foguetórios e balões que, segundo a tradição, acordam o santo, que é muito dorminhoco. Mas também extremamente festeiro.
 
O mês de junho homenageia também…
 
Santo Antônio (1195-1231) foi um frade português da ordem dos franciscanos e se chamava Fernando Bulhões. Apesar de representado nas imagens como uma figura doce e delicada, possivelmente era um homem forte e corajoso, que trabalhou como missionário na África. Mais tarde, na Itália, conheceu são Francisco de Assis e se estabeleceu em Pádua, onde morreu – por isso, é chamado de santo Antônio de Pádua. Considerado um exemplo de virtude e caridade, acredita-se que tenha conquistado a fama de casamenteiro por ajudar jovens casais pobres no início da vida a dois. Sua festa é comemorada no dia 13.
São Pedro, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, era pescador na Galiléia e, na verdade, chamava-se Simão. Recebeu seu novo nome do próprio Jesus, que lhe disse: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”, segundo relatam os Evangelhos. Com a missão de convocar fiéis, o mestre chamou-o também de “pescador de homens”. O papel de fundador da igreja cristã conferiu a Pedro o título de primeiro papa. No dia 29, acontece a sua festa.

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